| 19/07/2010 21h01min
A Polícia Civil de Minas Gerais informou hoje que foi afastada do caso a delegada Ana Maria Santos, da Delegacia de Homicídios de Contagem, onde foi instaurado o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza Samudio. Mais cedo, havia sido divulgado o afastamento da delegada Alessandra Wilke, do mesmo setor.
O delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação, passar a presidir o inquérito. A decisão foi anunciada pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Marco Antonio Monteiro.
A medida foi tomada em função do vazamento e da divulgação de um vídeo na TV Globo em que o goleiro Bruno Fernandes Souza faz comentários sobre o caso e, inclusive, diz desconfiar que seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, estaria envolvido no desaparecimento de Eliza, ex-amante do jogador.
O vídeo foi gravado durante a transferência de Bruno e Macarrão do Rio de Janeiro para Belo Horizonte em uma aeronave da polícia.
— Determinei à Corregedoria-Geral de polícia a instauração de sindicância para apurar, em no máximo 24 horas, com todo rigor o referido fato — disse o chefe da Polícia Civil.
Macarrão e Bruno foram levados hoje da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para o Departamento de Investigação, onde permaneciam até o início da noite. Mais uma vez, a orientação dos advogados era que eles não respondessem nenhuma pergunta.
Apontada como amante do jogador e também investigada no inquérito, Fernanda Gomes Castro chegou à capital mineira no sábado e deverá ser ouvida ainda nesta segunda-feira. Em vários depoimentos, Fernanda é citada.
Advogados
Em depoimento prestado na última sexta-feira, Dayanne Souza, mulher do goleiro Bruno Fernandes, afirmou que viu Eliza Samudio no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), no dia 7 e no dia 10 de junho, segundo informou hoje o promotor Gustavo Fantini, do Ministério Público Estadual (MPE).
A afirmação de Dayanne, que constituiu uma nova defesa, pode mudar o rumo das investigações, já que a polícia trabalha na hipótese de Eliza ter sido assassinada no dia 9. Dayanne disse ainda que o próprio Bruno, no dia 10, entregou o bebê — suposto filho do jogador com a jovem — para ela alegando que precisava voltar ao Rio e em seguida viajar.
Segundo o MPE, Dayanne resolveu prestar depoimento antes de falar em juízo após conversar com familiares. Com o argumento de que não tem participação no desaparecimento e possível morte da ex-amante do marido, ela resolveu se pronunciar e também contratou outro escritório de advocacia, dispensando Ércio Quaresma — que defende Bruno e outros cinco suspeitos.
Conforme Walquer Azevedo, um dos novos advogados de Dayanne, a mudança foi necessária por conflito de interesses.
— A partir deste momento (em que trocou os advogados), ela teve orientações da defesa respeitando sua vontade. E qual é a vontade dela? Falar, até onde sabe — disse.
Quaresma disse que irá tentar retomar a defesa da ex-cliente, que, segundo ele, teria sido coagida pelo delegado Edson Moreira a contratar nova defesa.
O advogado também denunciou hoje que seu cliente, o Macarrão, foi agredido com um tapa no peito no interior do Departamento de Investigação. Segundo ele, além do tapa, Macarrão foi jogado no chão. Quaresma disse que seu cliente foi agredido pelo delegado Julio Wilke, quando perguntado se queria trocar de advogado. A assessoria da Polícia Civil negou a acusação.
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