| 13/07/2010 11h10min
O Criciúma estreia na Série C no próximo domingo, dia 18, diante do Juventude, e disputa a competição com a obrigação de vencer. O resultado é cobrado tanto pelos torcedores como pela direção do clube. Em entrevista exclusiva ao jornal Diário Catarinense, o presidente Antenor Angeloni diz que não está satisfeito com o time, cobra mais participação empresarial, não esconde seu desânimo com a atual situação do clube e teme não ver realizado os planos de recuperar o clube, apesar dos pesados investimentos.
— Vamos ver como será domingo. Precisamos subir à Série B. Caso não vença, a cobrança e a pressão vão aumentar — constata.
Confira a entrevista completa:
Diário Catarinense — O Criciúma está preparado para a Série C?
Antenor Angeloni — Eu preparei o time. Tudo o que me pediram, eu dei. Resultado, até agora, não vi. Estou pagando para ver.
DC — Teme algum adversário?
Angeloni — Todos os times estão preparados, são espertos e nos avaliam. Todos esperam ganhar. A Série C é uma guerra.
DC — O que falta ao Criciúma?
Angeloni — Só falta ganhar. Até churrasco vamos fazer para unir o grupo, entrosar. Tem muitos jogadores de fora. Nem eu conheço todos.
DC — Algum pedido para os jogadores?
Angeloni — Pedirei empenho e que joguem da melhor forma possível. Quero esforço e luta.
DC — Não ter vencido a Copa SC influencia os planos da Série C?
Angeloni — Acho que não. Foi uma pena não podermos competir com o Joinville. Difícil é ter que fazer plantel em três meses para a Série C. Estamos com fé para subir à Série B.
DC — Pensa na possibilidade de perder a Série C?
Angeloni — Seria decepcionante, mas também jogo com essa possibilidade. Nossa chave é uma das mais fortes. Se perder, vamos continuar o trabalho e aguardar o apoio da torcida, dos empresários.
DC — Esse apoio ainda não apareceu?
Angeloni — A dívida do clube ainda incomoda e ainda pago sozinho pelas trapalhadas administrativas do passado. O clube não tem receita para pagar as despesas. Sou visto como salvador da pátria e isso vai cansando. Toda a cidade cobra um time vencedor, mas a ajuda é pouca. Me queixo até dos 300 conselheiros, não recebi nada deles, estão falhando. Quando foi para eu assumir, foi diferente.
DC — E os patrocinadores?
Angeloni — De modo geral, são insuficientes. Todos vieram em função do Angeloni e, as indústrias também nos cobram o resultado. Nossos dois grandes patrocinadores são a Seara e a Neoquímica, mas temos oito e, juntos, eles são responsáveis por 40% da receita. Não falo de valores.
DC — Por que o técnico Argel Fucks permaneceu no cargo?
Angeloni — Fizemos uma análise profunda do trabalho, do projeto e decidimos seguir em frente. Até porque não é fácil encontrar um técnico e ninguém é milagreiro.
DC — O senhor espera ajuda e resultados. Qual o limite da espera?
Angeloni — Não tenho limite para investimentos no clube, além, é claro, o limite da racionalidade. Vou até onde for correspondido. Não quero desanimar, mas não está fácil.
DC — Gosta da equipe que vai disputar a Série C?
Angeloni — Não gostei do time ainda, tem que vencer. Precisamos deixar começar a competição. O time está completo, temos bom ataque, boa defesa e bom meio-campo. Dá para competir, mas o Argel tem que acertar a escalação deles.
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