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 | 11/07/2010 20h19min

Polícia quer fazer acareação entre primos de Bruno

Os depoimentos são considerados fundamentais para a elucidação do caso

A Polícia Civil mineira quer promover uma acareação entre os primos de Bruno Fernandes, um adolescente e Sérgio Rosa Sales, para esclarecer divergências nas versões apresentadas pelos dois em depoimentos sobre o desaparecimento de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro.

Um pedido de transferência do adolescente para Belo Horizonte deverá ser feito ao juiz Marcius Ferreira, da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. O adolescente, cujo depoimento deflagrou a prisão de Bruno e outros suspeitos, foi detido semana passada na casa do goleiro, na Barra da Tijuca.

Ele chegou a ser transferido para a capital mineira, mas retornou ao Rio e permanecia internado no instituto para menores infratores Padre Severino.

Caso a transferência não seja autorizada, policiais de Minas deverão seguir para o Rio com Sérgio, onde poderá ser feita a acareação.

Entre as informações conflitantes nos depoimentos, está a participação de Bruno no crime. O adolescente isenta o goleiro de envolvimento com o suposto sequestro, tortura e morte de Eliza. Já o depoimento de Sérgio indica que Bruno sabia e participou dos fatos, estando presente no local do crime. Ele, inclusive, teria questionado o goleiro sobre as implicações do homicídio.

Os delegados responsáveis pelo inquérito pretendem nos próximos dias colher o depoimento de Bruno e outros principais suspeitos, como o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o autor da execução e ocultação do cadáver, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Os depoimentos são considerados fundamentais para a elucidação do caso e novas diligências em busca do corpo da vítima.

Perícias

A expectativa é que durante a semana sejam também divulgados dados periciais importantes para a investigação. O Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil procura evidências do crime analisando a movimentação da Range Rover de Bruno, por meio de dados já requisitados do GPS do veículo.

O primeiro mapeamento enviado por uma seguradora paulista não constava o período de 1º a 8 de junho, o que levou a polícia mineira a fazer nova requisição.

As informações são mantidas sob sigilo, mas a análise do GPS indica que caminhonete de Bruno circulou pelas cidades de Esmeraldas, Betim, Ribeirão das Neves e Contagem, todas na região metropolitana, no dia 9 de junho, data em que a polícia acredita que Eliza tenha sido assassinada.

Com o relatório, será possível verificar o trajeto do veículo no período investigado e o tempo em que ficou em cada local.

— Essas cidades são muito próximas umas das outras — observou o diretor do IC, Sérgio Ribeiro.

— Não temos os dados ainda — completou.

O instituto também deverá finalizar a perícia no Citröen de Bola, onde foram encontrados vestígios de sangue, e em um EcoSport que teria sido usado para levar o grupo ao local do assassinato. Em busca de provas, o IC analisa ainda o conteúdo do laptop utilizado por Eliza. Durante o fim de semana, os trabalhos de investigação da polícia foram mantidos em segredo e praticamente não houve movimentação no Departamento de Investigação, na Capital.

Reprodução

Agência Estado
 
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