Não foi uma grande atuação, mas o empate em 0 a 0 com Portugal serviu para o Brasil garantir a primeira posição no Grupo G da Copa do Mundo. Diante de mais de 60 mil pessoas no Estádio Moses Mabhida, em Durban, a Seleção Brasileira teve dificuldades e não conseguiu superar o ferrolho português.

Agora, espera a definição do adversário, que será conhecido no fim da tarde desta sexta, após os últimos jogos do Grupo G. Chile, Suíça ou Espanha serão a próxima parada, às 15h30min de segunda-feira (horário de Brasília).

A última vez que o Brasil havia empatado sem gols uma partida de Copa do Mundo havia sido a final de 1994, contra a Itália.

Primeiro tempo brigado

Com Nilmar anunciado de surpresa antes do jogo, Dunga manteve o esquema usado com time titular: o 4-2-3-1. A penúltima linha foi formada por Daniel Alves, Julio Baptista e Nilmar, nos mesmo lugares habitualmente ocupados por Elano (lesionado), Kaká (suspenso por expulsão) e Robinho.

Carlos Queiroz entrou disposto a garantir um empate que lhe daria a vaga sem precisar se preocupar com uma eventual goleada da Costa do Marfim. Fechadinho num 4-5-1, com o zagueiro Pepe à frente da zaga, segurou o Brasil no início. E mostrou porque já estava há nove jogos oficiais sem levar um gol.

O primeiro tempo foi um dos mais violentos da Copa. Muitas jogadas ríspidas de lado a lado, com destaque para a disputa Pepe x Felipe Melo. Quando Pepe pegou o tornozelo de Felipe, sem bola, ganhou um cartão amarelo e muita incomodação, pois o camisa 5 do Brasil começou a caçar o 15 de Portugal. Por baixo, por cima, no corpo, com bola, sem bola. Na quarta ou quinta falta violenta, o volante brasileiro também ganhou o amarelo e foi substituído por Dunga ainda na primeira etapa, para evitar uma expulsão.

Fora do vale-tudo, falando sobre futebol, Nilmar foi o destaque brasileiro no primeiro tempo. Era o único a obter grande vantagem contra os voluntariosos zagueiros portugueses. Protagonizou a principal chance de gol da etapa inicial, aos 30 minutos. Luís Fabiano fez boa jogada pela direita e cruzou. O ex-jogador do Inter apareceu de surpresa, em velocidade, por trás do zagueiro, e conclui. Eduardo deu um tapa na bola, que ainda bateu na trave. Aos 39, Luís Fabiano quase marcou, completando de cabeça, para fora, bom cruzamento de Maicon.

Enquanto isso, Portugal tentava alguns contra-ataques, principalmente com Cristiano Ronaldo. Demonstrando muita vontade, brigou quase sozinho no ataque português.

Portugal cresce e assusta

No segundo tempo, mais assessorado, Cristiano Ronaldo e, consequentemente, a seleção portuguesa, melhoraram muito. O camisa 7 começou a explorar as coisas de Maicon. Em bons lançamentos de Fábio Coentrão, deu trabalho para a defesa brasileira.

Primeiro, Lúcio se esticou incrivelmente e salvou. No segundo lance, Ronaldo passou por Lúcio e cruzou. Juan afastou. Em seguida, o craque do Real Madrid ainda bateu com perigo uma falta, que desviou em Pepe e quase enganou Julio César.

Aos 14 minutos, a defesa brasileira acabou sendo envolvida completamente. Cristiano Ronaldo partiu em velocidade desta vez do meio para a direita. Driblou Juan e ia driblando também Lúcio, quando o capitão brasileiro se esticou para fazer o corte e acabou cruzando para Raul Meireles, que saiu na cara de Julio César. O goleiro brasileiro fez grande defesa, com um toque sutil de ponta de luva, e ficou sentindo após ser atingido por Meireles.

Após o grande susto, a Seleção Brasileira não se encontrava. Michel Bastos tentou um cruzamento, acabou isolando a bola e foi vaiado. Carlos Queiroz começou a colocar o time para o ataque. Botou Simão no lugar de Duda e Pedro Mendes no de Pepe. Mesmo assim, não abandonou os cuidados defensivos. Esperava o Brasil, que trocava passes laterais, e saía em contra-ataques perigosos com Ronaldo. Aos 31 minutos, Portugal ainda assustou mais uma vez, quando Cristiano Ronaldo completou cruzamento para fora.

Mudanças não surtem efeito

No banco, Dunga não disfarçava o descontentamento a cada jogada errada. Mas mexeu no time somente aos 37 minutos, para colocar Ramires no lugar de Julio Baptista. Aos 39, Grafite substituiu Luís Fabiano. Porém, as mudanças não foram suficientes para derrubar a barreira portuguesa.

Lúcio tentou de cabeça, aos 43, e Ramires, de fora da área, aos 46, mas as duas tentativas pararam em grandes defesas de Eduardo. Julio César ainda salvou o Brasil aos 49, saindo nos pés de Danny após falha de Juan na saída de bola.

Veja como foi o jogo:

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