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 | 21/06/2010 05h10min

Brasil, o campeão em ajuda da arbitragem

 




Tudo bem, o Brasil jogou bem, mostrou evolução em relação a si mesmo nesta Copa, teve uma atuação defensiva espetacular, sempre com no mínimo cinco jogadores atrás da linha da bola a impedir qualquer contra-ataque, Kaká parece ter começado a engrenar, Luís Fabiano desencantou e por aí vão os motivos para um justificado otimismo.

A Seleção Brasileira venceu com justiça e absoluta autoridade técnica e tática a Costa do Marfim, o adversário mais difícil desta primeira fase.

Mas isso não invalida uma constatação: nenhum outro país é tão beneficiado por erros de arbitragem em Mundiais como o Brasil.

O golaço de Luís Fabiano foi ilegal. Dominou a bola com a mão duas vezes. E não foi involuntariamente, como ele disse depois do jogo. Foi de propósito.

Sem a ajuda do braço direito, não haveria como dominar a bola após o balãozinho no zagueiro. Muito menos chutar e fazer o gol.

O jogo estava 1 a 0 para o Brasil. A partir daí, a Costa do Marfim se entregou e começou a distribuir pancadas diante da omissão irresponsável do juiz, mais um fiasco francês para além do barraco que tomou conta dos Les Bleu à beira da eliminação no Grupo A.

Sem o gol de Luís Fabiano, aí que está o xis da questão, tudo poderia ter sido diferente.

O árbitro tinha obrigação de expulsar um punhado de marfinenses por violência explícita, é verdade, e nisso o Brasil teve prejuízo flagrante de arbitragem.

Mas o erro no gol é fatal. Não tem volta. E este erro foi contra a Costa do Marfim.

Em 1986, Sócrates chutou de fora da área, a bola bateu no travessão, caiu meio metro distante da risca e o juiz deu gol.

Antes, em 1962, contra a mesma Fúria Roja que nunca faz jus ao apelido, Nilton Santos derrubou o espanhol sobre a linha da grande área, deu um passo à frente e se safou do pênalti.

Em 2002, talvez (eu disse ''talvez''), o Penta não viesse sem a mão amiga do árbitro. Tanto naquele pênalti em Luisão contra a Turquia quanto no gol de Wilmots, da Bélgica, nas oitavas de final. O belga subiu e cabeceou sem encostar em ninguém e o apito salvador salvou a pátria.

Lembro apenas de um erro grave contra o Brasil em Copas: em 1978, logo na estreia, o Brasil venceria a Suécia por 1 a 0 se o árbitro não tivesse a ideia lunática de encerrar o jogo durante uma cobrança de escanteio, com a bola no ar, invalidando um gol de Zico.

Contra a Seleção Brasileira, uma potência no futebol, no talento e nos milhões de euros que movimenta, os árbitros erram menos.

É um fato.
Não dá para reclamar quando é contra e calar quando é a favor.

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ZERO HORA
Roberto Schmidt, AFP / AFP

Luís Fabiano conduz a bola com o braço no gol do Brasil
Foto:  Roberto Schmidt, AFP  /  AFP


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