| 12/06/2010 05h25min
E não poderia ser melhor. A festa inevitável das ruas foi para o Soccer City (foto), ocupou todos os lugares e acabou se justificando no campo com o empate entre a África do Sul de um gol de contra-ataque, perfeito, velocíssimo, bem conduzido e melhor ainda desfechado por Tshabalala. Foi quando a comunidade Bafana Bafana sentiu-se no céu e cantou, e dançando e cantando ficou até o fim, mesmo quando o México empatou numa medonha falta de decisão da defesa do time de Parreira. Não importou nada, a festa estava justificada. Nenhum será campeão, mas não tem importância. Estava me encaminhando para o segundo jogo da sexta-feira, mas estava, se é que se pode dizer, feliz, mais leve. Uma Copa, ainda mais essa que é uma vitória sobre todas as adversidades e problemas, desenvolve um sentimento de solidariedade, ao menos comigo. É que me submeto ao futebol e acho que nesse momento ele só deve ser prestigiado. E o que está acontecendo aqui.
Sob pressão
O jogo da estreia do árbitro Carlos Simon e seus companheiros é de alto risco. A dar crédito à imensa movimentação das autoridades policiais do país, Inglaterra e Estados Unidos estão sob a suspeita não confirmada de atentados terroristas. Nada se comprovou, mas há toda uma vigilância. Rustenburg, local do jogo, vai merecer tão discretamente quanto se possa, a polícia e o exército além das forças suplementares. O jogo não oferece em princípio um grau de tanta dificuldade. A Inglaterra do Fabio Capello deve vencer. Mas e o entorno?
Exagero
Sem vencedor, se houvesse um teria sido a França, não o Uruguai. O segundo jogo da primeira rodada da Copa foi de qualidade média, não mais do que isso. Baixou bastante o nível técnico. Exercitaram uma marcação, protegeram-se – e aí se viu um grande nome, Diaby, do Arsenal, um negro alto, magro, de muito boa técnica e percepção do jogo. Os companheiros de Diego Forlán tinham de imediato a simpatia da crítica sul-americana. Mas todos jogaram apenas para o gasto.
A vida vai ser dura: os uruguaios passam a ser os inimigos públicos, enfrentam a África do Sul, orgulhosa da estreia que fez; os franceses enfrentam o México. Às vezes, jogos de estreia são decepcionantes.
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