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 | 10/06/2010 05h23min

Branco se diz preocupado com criatividade do ataque da Seleção

Ex-lateral tetracampeão em 1994 diz que todos jogam fechados contra o Brasil

O técnico Dunga deve acreditar que a consistência pode funcionar melhor do que o estilo na busca do Brasil por mais uma Copa do Mundo, mas Branco, seu companheiro na conquista do tetra, em 1994, está preocupado com algumas arestas a aparar na Seleção até o início do Mundial da África do Sul.

— Do meio campo até a zaga, este é o melhor time do mundo — disse Branco, frustrando aqueles que se acostumaram a associar a Seleção Brasileira mais com o futebol arte do que com uma equipe defensiva.

— Estou um pouco preocupado com a criatividade no ataque, que pode decidir o resultado de um jogo, visto que todo mundo joga um pouco fechado contra o Brasil — explicou.

Dunga, que assim como o alemão Franz Beckenbauer chega à Copa como técnico após atuar em Mundiais como jogador, está determinado a moldar a equipe à sua própria imagem, baseada na solidez defensiva. Dezesseis anos atrás, Dunga erguia o troféu como capitão de uma equipe que conquistava a Copa após uma dura final que terminou na disputa de pênaltis contra a Itália.

Naquele 1994, a zaga brasileira sofreu apenas três gols em toda a competição e agora Dunga parece determinado, mais uma vez, a impedir a penetração de atacantes adversários no campo brasileiro, mesmo que isto signifique contrariar os fãs do futebol-arte. O meio campo parece desenhar-se criativo, com Kaká afirmando estar pronto para arrasar no torneio, apesar da pobre primeira temporada no Real Madrid.

E se Robinho for deixado solto, ele também poderá causar muita dor de cabeça para a defesa adversária. No entanto, segundo o esquema de Dunga, Robinho poderá ser forçado a recuar, algo quase inimaginável para um jogador tão ágil, acostumado a jogar numa posição avançada. Dunga também buscará blindar a zaga com os meias defensivos Felipe Melo e Gilberto Silva, que falava esta quarta-feira como se fosse o próprio técnico.

— Não estamos aqui para nos divertir. Nossa mensagem é que queremos ser campeões. Para garantir a você que seremos campeões, precisaria de uma bola de cristal. Não posso dizer isso, mas começamos a trabalhar três anos e meio atrás para chegar aqui, é para isto que nós estivemos trabalhando: para chegarmos à final e vencê-la — afirmou, categórico, o veterano do Panathinaikos, ex-Arsenal.

AFP
 
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