| 02/06/2010 08h15min
A Copa do Mundo de 2010 terá um significado especial para o brasileiro José Geraldo de Souza Castro, o Zé do Pedal. Às 15h desta terça, ele estacionou seu go-kart (carrinho movido a pedais) em Joanesburgo, depois de pedalar durante dois anos e meio desde Paris. E a recepção foi calorosa.
O mineiro de Guaraciaba parou na praça de Melrose Arch, complexo de lojas, hotéis e restaurantes da metrópole sul-africana. Recebido por curiosos, crianças e um grupo brasileiro de percussão, o Batala, Zé se emocionou com o fim da aventura que teve início no dia 10 de maio de 2008.
Habituado a grandes viagens em veículos alternativos, como bicicleta e velocípede, o brasileiro resolveu unir o gosto pelas estradas e causas sociais. Essa é a terceira Copa que o mineiro acompanha depois de uma odisseia. Havia estado em 1982 e 86.
Agora, o ambientalista aproveita para promover campanha em países pobres para combater o glaucoma e a catarata nas crianças.
– Faço 53 anos no dia 15 de julho, quatro dias depois da final da Copa do Mundo, e já escolhi meu presente: o hexacampeonato – disse Zé do Pedal, cercado por fotógrafos e funcionários da fábrica holandesa que desenvolveu o veículo.
O aventureiro deixou a Torre Eiffel, principal ponto turístico de Paris, e atravessou 20 países até chegar à África do Sul. Encarou 2 mil quilômetros no deserto do Saara, passou por inúmeras capitais do continente em velocidade média de 5,7 km/h e, no fim, ainda se deu o luxo de reduzir o ritmo para chegar só no dia e hora marcados. Nem um assalto na Espanha o fez desistir.
A próxima meta de Zé do Pedal parece mais simples: conseguir ingresso para assistir à estreia do Brasil na Copa do Mundo, dia 15, contra a Coreia do Norte. Se depender do número de compromissos sociais nos próximos dias e dos novos fãs, que consideram "incrível" o feito, Zé terá lugar de honra no Soccer City.
– Estou muito emocionado, valeu a pena – garantiu, em meio ao choro.
Bate-Bola com o Zé do Pedal
Qual foi o maior desafio ao longo dos dois anos de viagem?
As últimas semanas já na África do Sul foram difíceis, com temperaturas muito baixas, chegando a zero grau durante a noite. Mas o pior acredito que tenha sido o trecho final do deserto do Saara, em razão das minas que existem por lá.
E a maior aventura? Passou alguma grande dificuldade?
Saí de Paris com € 3 mil e logo em Madri, na primeira cidade, fui roubado. Tentaram me assaltar mais duas vezes na Nigéria também, mas consegui escapar graças a carros que me acompanhavam.
Não pensou em desistir?
Nunca. Agora quero ver a estreia do Brasil contra a Coreia do Norte, depois Costa do Marfim e Portugal. E espero cruzar logo com a Espanha, que está cheia de vontade. Itália e França, que são pedrinhas no nosso calcanhar... É uma Copa difícil.
Mas com seu espírito, o Brasil pode chegar ao título?
Acredito que sim. Sem desistir jamais. Temos Kaká e Julio Cesar, meus preferidos, que vão nos ajudar a vencer o Mundial.
LANCEPRESSGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.