| 27/05/2010 05h10min
Ontem, no Grêmio que venceu entre bocejos o Avaí por 3 a 0 no Olímpico e deflagrou sua recuperação no Campeonato Brasileiro, tudo ficou claro. Claríssimo como a chegada do inverno. Algo assim como a revelação do Nirvana.
O Grêmio sem Maylson é um. O meio-campo é frouxo, fica tocando bola para o lado, não tem aceleração de contra-ataque. O Grêmio com Maylson é outro. O meio-campo encurta a marcação na marra, verticaliza o passe, voa em direção ao gol adversário.
De agora em diante, toda vez que Maylson ficar na reserva, o técnico Silas deve ser obrigado a dar explicações. Quem sabe até ser advertido pela direção.
Ao final do jogo, o técnico do Grêmio veio com um "hoje Maylson é titular". Então amanhã ele pode voltar ao banco, quem sabe no primeiro deslize, é isso? Qual o sentido de sempre colocar uma objeção, em vez de apenas elogiar e dar confiança a um jovem das categorias de base?
Ninguém tem bola de cristal para adivinhar, mas como seria contra Santos, na Vila, e Palmeiras, no Parque Antártica, se Silas não tivesse condenado Maylson e seus 10 gols na temporada ao banco de reservas?
Em relação ao fiasco dos 4 a 2 para o Palmeiras, a mudança não foi só a entrada de Maylson. Houve também a saída de Douglas. Hugo, comparado ao desinteresse de Douglas em participar do jogo sem a bola, é um guerreiro espartano. E ontem Hugo desempenhou a função de Douglas, como homem mais avançado do meio-campo.
Mas a diferença fundamental chama-se Maylson.
Ele ajudou Adilson, marcou firme e puxou contra-ataques. O primeiro gol de Jonas veio numa cobrança de falta na qual a bola desviou na barreira e enganou o goleiro Zé Carlos. Mais sorte do que eficiência, embora a sorte acompanhe os bons. O segundo teve a assinatura de Maylson.
Quem driblou o goleiro e empurrou para a rede foi Jonas, mas o passe de Maylson veio sob medida, depois de ajudar a roubar a bola lá atrás. Se Jonas perdesse o gol era o caso de punição interna, por atrapalhar a bela jogada.
Então, não pode restar dúvida de qualquer espécie para as pessoas medianamente inteligentes: Maylson é titular do Grêmio.
Mais do que Douglas, Hugo, Rodrigo, Victor, mais do que qualquer outro. Mais até do que Borges. Maylson: ele ajeita o meio-campo do Grêmio.
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Infelizmente o Grêmio hoje depende de empresários e, muitas vezes, os garotos da base não tem as mesmas chances dos medalhões com empresários poderosos e influentes... É uma pena... Não sei se a história não teria sido diferente se tivessem escalado o Maylson contra o Santos!
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