Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Meia do Grêmio nos anos 80, o técnico do Estudiantes, Alejandro Sabella, 55 anos, demonstra conhecer o seu adversário na Libertadores. Ontem, Sabella deixava o treino no Country Club, em City Bell, bairro nobre de La Plata, o CT do Estudiantes, quando atendeu ao telefonema de ZH. Em Porto Alegre, Jorge Fossati considera seu time parecido com o de Sabella.

Falando um português bem razoável, parecido com o de Jorge Fossati, fruto das conversas que mantinha com os vizinhos no Moinhos de Vento, e dos contatos que ainda hoje tem com os ex-companheiros de Olímpico, Baidek, Caio e Casemiro, o técnico Sabella, campeão da América em 2009, avisou:

— Marcaremos D’Alessandro, Andrezinho e Kleber. O ataque do Inter começa com eles, não podemos deixá-los jogar.

Sabella admite que a frustração de domingo, quando a equipe parou no Rosario Central e viu o título do Clausura ficar mais distante, ainda abate o grupo. Mas acredita que os jogadores já estarão refeitos em Porto Alegre.

A grande preocupação é com o poderio ofensivo do Inter. Acredita que mesmo conseguindo marcar gols em Porto Alegre, nada estará garantido na partida de volta.

— Sou fã do futebol brasileiro, ainda é o melhor do mundo. O Inter até pode sofrer gols em casa e, mesmo assim, será ofensivo na Argentina. Fossati é grande técnico e tem um meio-campo raçudo e talentoso — disse Sabella

Ainda que admita um cansaço físico e mental do grupo, Sabella aposta em superação no Beira-Rio. A vaga às semifinais da Libertadores passa a ser prioridade em La Plata:

— Estamos desgastados, é verdade, mas tenho um time experiente nas mãos. Sempre digo que tenho orgulho dos meus jogadores e, podes anotar: iremos a morrer contra o Inter.

Fossati também foi todo elogios a Sabella, na coletiva de ontem, no Beira-Rio. O técnico do Inter mostrou-se um admirador do Estudiantes:

— O Estudiantes é um time parecido com o Inter: não são times de dar grandes espetáculos, de dar show, mas são times que jogam sério e forte.

O técnico colorado ainda não definiu se Sorondo permanecerá no time. Eller poderá formar a dupla de zaga com Bolívar.

Sabela: "Gosto de Porto Alegre"

O técnico do Estudiantes se diz ainda apaixonado por Porto Alegre, dos tempos em que esteve no Grêmio, em 1984 e 1985.

Zero Hora — Como o senhor vai superar o desgaste?

Alejandro Sabella — Com nossa raça e nossa personalidade. Somos o único argentino na Libertadores. Temos que jogar por tudo isso.

ZH — Quem assusta no Inter?

Sabella — Kleber. Ele é a peça-chave do time.

ZH — E Porto Alegre?

Sabella — Lembro dos amigos, como Baidek, Caio e Casemiro. Das caminhadas no Parcão. Eu morava em frente ao parque, no Moinhos de Vento. Gosto muito de Porto Alegre.

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