Após a conquista do Gauchão 2010, o técnico Silas concedeu entrevista coletiva descontraída na sala de imprensa do Estádio Olímpico, no início da noite deste domingo. A conversa com os repórteres chegou a ser interrompida por um grupo de jogadores, liderados por Jonas, que invadiram o local vestindo apenas sungas, subindo nas mesas, e gritando "é campeão!" com o troféu exposto ao lado do treinador do Grêmio.
 
Na entrevista, Silas mostrou-se aliviado, dizendo que o título tira um peso das costas do jovem elenco gremista:
 
– Eu não sabia que a gente ia ganhar. A maioria desses jogadores que estava em campo não havia ganhado nada pelo Grêmio ainda. Até o Victor. A minha obrigação era tirar esse peso das costas do elenco, com tanto tempo sem títulos, principalmente com o rival ganhando tantas competições. Não foi fácil a parte emocional.
 
Apesar de exaltar nomes de jovens como Maylson e Neuton, lembrar de Victor na Seleção Brasileira, e destacar os crescimentos de Hugo, Leandro e Douglas, o técnico pediu reforços.
 
– Não é porque ganhamos o título que nosso time está pronto. Ainda precisamos de jogadores para enfrentar o Brasileirão. Nós temos 80% do grupo que vai disputar o Brasileiro aqui. Precisamos contratar, reforçar – justifica.
 
Ele evitou, entretanto, listar as necessidades do elenco:
 
– Não quero abrir as posições carentes para não desestimular os que estão, para não causar mal-estar, ou criar espaço para suposições. E até mesmo por causa de mercado. Mas a gente vai sim atrás de três ou quatro atletas.
 
Silas também afirmou que recebeu de Deus o equilíbrio para suportar a pressão de treinar o Grêmio, reiterando que não passou por nenhum clube médio na transição do Avaí para o clube.
 
– Monto o time, mas quem controla o resultado é Deus. Isso é futebol. Podíamos ter perdido lá. Fico feliz porque Ele está me dando equilíbrio para administrar um clube grande como o Grêmio, a imprensa daqui que é diferente. Este é o preço que eu pago por não ter feito o caminho intermediário. Começar com o título é começar com o pé direito, tem que ser o primeiro de muitos. Não se pode passar pelo Grêmio sem ser campeão – conclui.