| 27/04/2010 22h08min
Foram divulgados nesta segunda-feira números inéditos sobre o custo dos estádios da África do Sul. De acordo com reportagem do site Portal 2014, o orçamento divulgado pelo governo sul-africano de 8,4 bilhões de rands (cerca de R$ 2,15 bilhões) pulou para cerca de 16 bilhões de rands (R$ 4,15 bilhões), segundo números oficiais das províncias que sediarão a Copa. Os cinco estádios construídos especialmente para o Mundial foram os principais atores do estouro, responsáveis por 75% do total investido.
Para efeito de comparação, na Alemanha, a proposta do Mundial de 2006 previa gastos de € 940 milhões (R$ 2,215 bilhões) para os 12 estádios na ocasião. Mas, ao final das obras, as despesas aumentaram 50% e totalizaram 1,41 bilhão de euros (R$ 3,32 bilhões). Para 2014, o governo brasileiro formalizou o orçamento dos 12 palcos da Copa: a conta começa em R$ 5,342 bilhões.
Maiores variações de custos
O líder de custo dos estádios sul-africanos foi o Green Point, da Cidade do Cabo. Com orçamento inicial de 1,2 bilhão de rands (R$ 307 milhões), o palco de oito jogos do Mundial foi finalizado com 4,5 bilhões de rands (R$ 1,15 bilhão), quase quatro vezes mais que o previsto.
O membro do conselho técnico municipal das obras do Mundial, Dave Hugo, revelou que os números começaram a crescer quando moradores do bairro de Green Point reclamaram dos possíveis impactos ambientais da construção. Assim, materiais para atenuar o barulho durante jogos, além de medidas para assegurar a proteção sísmica local, contribuíram sozinhos para aumentar os gastos em 1 bilhão de rands (R$ 250 milhões) logo no começo.
O Moses Mabhida, em Durban, foi construído com 3,1 bilhões de rands (R$ 795 milhões), quase 65% a mais que 1,9 bilhão de rands (R$ 487 milhões) previstos. A construção, que abrigará 69.957 espectadores, teve problemas principalmente com a alta do preço do aço, uma vez que foram utilizadas 10 mil toneladas desse material.
– A chuva e o vento causaram muitos atrasos, além das duas greves que nos prejudicaram bastante. A desvalorização do rand e a escalada astronômica nos preços do aço foram cruéis – disse o coordenador do projeto, Julie-May Ellingson, em entrevista na inauguração do estádio, em dezembro passado.
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