| 21/04/2010 05h51min
Pelo menos 20 testemunhas, ouvidas por Zero Hora nos últimos dois dias, confirmam a versão segundo a qual o zagueiro Índio deu entrada no Hospital Cristo Redentor na madrugada de segunda-feira com um corte no pulso direito acompanhado por um homem e duas mulheres.
Uma das mulheres teria entrado no setor de emergência do hospital aos gritos a 1h14min, avisando que havia um homem sangrando. O atendimento foi imediato e, segundo testemunhas, o jogador estava apavorado, com o pulso envolto com um pano e seguro pelo acompanhante e por uma segunda mulher. O jogador dizia aos gritos:
— Eu vou morrer, eu vou morrer!
A gravidade do caso foi conferida quando Índio retirou a atadura. Foi constatado o corte de uma pequena artéria do pulso direito, e o zagueiro foi internado em bloco cirúrgico. Durante os momentos de internação, ele teria comentado que caíra com um copo de cristal na mão e se cortado. Uma testemunha garante a ZH que o jogador apareceu de bermuda e chinelos. Mas há outra que o viu descalço.
O prontuário de atendimento, de número 25878267, ficha 38271265, teria sido preenchido com informações das mulheres que o acompanhavam. Ela não tinha maiores informações sobre o paciente, como endereço e nome completo. Chegou a ser registrado apenas como Índio.
O jogador teria comentado a funcionários que estava numa festa quando aconteceu o incidente. Segundo funcionários, a mulher do jogador só teria chegado ao hospital depois das 7h de segunda-feira. Um dos médicos que o atendeu, e que exigiu a preservação de seu nome, relatou:
— Não havia risco de vida, mesmo sendo corte profundo. Ele me pareceu em bom estado.
O médico disse que o jogador não parecia bêbado.
A versão de Índio é diferente. Segundo declarou na entrevista coletiva de segunda-feira, no Beira-Rio, ele acidentou-se ao levantar-se de um pufe e bater o copo de cristal na mesinha de centro de seu apartamento. Ele teria saído em seguida deixou o seu condomínio no bairro Três Figueiras e procurado socorro no Hospital Cristo Redentor, por decisão do amigo que o acompanhou. Pela distância entre o prédio do jogador e o hospital, seria razoável recorrer ao HCR, na zona norte de Porto Alegre. Porém, de acordo com empregados do condomínio, não foram encontrados vestígios de pingos de sangue nos elevadores e nem nas áreas de acesso do prédio.
Índio foi procurado por ZH por mais 10 vezes entre segunda-feira e ontem. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, comunicou que já havia esclarecido tudo sobre o incidente durante a coletiva de segunda-feira e que não concederia nova entrevista.
Índio estava de folga. Ficou fora do jogo com o Pelotas, domingo. Mas teria de treinar segunda-feira.
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