Esportes | 03/04/2010 05h40min
Com a saída de Silas em 2009, o Avaí, próximo adversário do Grêmio na Copa do Brasil, perdeu qualidade no elenco. O diagnóstico é dos jornalistas do Diário Catarinense, convidados por ZH a avaliar o Avaí versão 2010. A julgar pela vitória sobre o Coritiba no Couto Pereira, o time da Ressacada não perdeu a capacidade de surpreender.
Jean Balbinotti, Repórter setorista do Avaí
O time deste ano é melhor ou pior do que o de 2009?
Pelos resultados dentro de campo, as equipes se equiparam. Na avaliação da torcida, o time é pior. Nove dos 11 titulares do Silas saíram e muitos jogadores chegaram, alguns nem foram testados ainda, como o volante Fredson e o meia Dinélson, que se recuperam de lesões. Até a partida de ontem, o técnico Péricles Chamusca informou ter usado 34 jogadores. Ou seja, ele próprio ainda não encontrou a melhor formação, a identidade do Avaí.
Que
perigos oferece o Avaí?
Um dos pontos fortes do time é a bola aérea,
especialmente com o zagueiro Emerson, que já fez quatro gols nesta temporada. Outro arma é o contra-ataque, especialmente com Roberto, atacante que costuma entrar no decorrer das partidas e é muito veloz. Sávio, quando inspirado, também pode desequilibrar.
O que o Silas deixou de herança para o Avaí?
O esquema tático e o espírito vencedor. Péricles Chamusca adotou o mesmo esquema de Silas, o 3-6-1, com variações para o 3-5-2. O problema é que Chamusca não tem os mesmos jogadores de Silas. No ano passado, William fazia bem o papel de atacante isolado, que escorava as bolas para a chegada de Marquinhos (hoje no Santos) e Muriqui (Atlético-MG). Vandinho e Leonardo, os camisas 9, não têm esse perfil.
Como repercute em Santa Catarina o trabalho de Silas no Olímpico?
O torcedor avaiano gosta muito do Silas e está ansioso por esse reencontro. Ele é muito bem visto e querido, pois levou o time para a
Série A, deu o título estadual após 12 anos e colocou o
clube em sexto lugar no Brasileiro. Sobre o trabalho dele no Grêmio, os torcedores procuram evitar comparações, apesar de que no Avaí ele também passou por um período de turbulência.
Ewaldo Willerding, Editor de Esportes
O time deste ano é melhor ou pior do que o de 2009?
Pior. Melhorou no gol. Zé Carlos é mais novo, mas ágil, tem melhor reposição que Eduardo Martini, e sabe jogar com os pés. Na defesa ficou a mesma coisa. No meio piorou, e muito. O Avaí não tem mais Marquinhos, que era o craque do time e um armador de alta qualidade. Caio não consegue fazer esta função com a mesma competência. O time deste ano nem tem mais Leo Gago, segundo volante de pegada e com passe e lançamentos de qualidade. Batista faz a função, mas ofensivamente deixa a desejar. O ataque está mais fraco. Muriqui e William rendiam melhor do que Vandinho e Sávio. Este ainda não decolou.
Que
perigos oferece o Avaí?
O time está armado para o contra-ataque e
o goleiro Zé Carlos tem sido eficiente na rápida reposição de bola. Os laterais Patrick e Uendel são boas opções pelas alas. Sávio está devendo, mas é inventivo e numa jogada pode criar oportunidades de gols. Vandinho também tem qualidade e precisa de atenção.
O que o Silas deixou de herança para o Avaí?
O esquema tático (3-6-1). Chamusca montou o time a partir deste esquema, sempre pronto para surpreender no contra-ataque. Porém, não vem funcionando com eficiência. Em Curitiba (contra o Coritiba, na quarta-feira), o time só andou quando passou a jogar com dois zagueiros e mais um meia.
Como repercute em Santa Catarina o trabalho de Silas no Olímpico?
Silas é adorado pela torcida do Avaí e respeitado por todos. Por aqui não se entendia muito o porquê de tanta pressão. Na verdade, especula-se que seja preconceito pelo fato de ele ter vindo de um time de menor expressão.
Roberto Alves, Colunista
O time deste ano é
melhor ou pior do que o de 2009?
O time deste ano ainda não está a altura do ano passado. Na minha opinião é inferior.
Que perigos oferece o Avaí?
No momento a equipe não se definiu. Não há um matador tipo William. É um dos pontos cruciais, o ataque.
O que o Silas deixou de herança para o Avaí?
Silas foi, e possivelmente será sempre lembrado. Deixou para o Avaí uma recuperação através de conquistas, como título do estadual, vaga na Copa do Brasil, acesso à Série A e vaga na Sul-Americana. Deixou resultados e credibilidade ao clube.
Como repercute em Santa Catarina o trabalho de Silas no Olímpico?
No início muita preocupação. No Grêmio sofreu o mesmo que no Avaí: teve dificuldades até ganhar a confiança da torcida e da imprensa. Silas é carismático e ouso dizer que até o torcedor do rival torce por ele. Futebol é
assim, Silas está batendo recordes no Grêmio e continua sendo questionado. Aqui, repercussão do seu
trabalho é boa, mas preocupante pela pressão que sofre.
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