Esportes | 18/03/2010 11h19min
Justamente na maior Superliga da história, com 17 participantes e quase todos os atletas da seleção brasileira em quadra, o Fátima/Medquímica/UCS/SPFC encontrou o seu melhor vôlei. Com 19 vitórias em 26 jogos, o time está na sexta colocação na tabela de classificação, uma campanha surpreendente. Se vencer o Santo André nesta quinta, às 20h, no Ginásio Poliesportivo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), garante matematicamente a classificação para os play-offs das quartas de final. Avançam para esta etapa os oito primeiros. E ainda restam seis rodadas, contando com a de hoje, para o término da primeira fase.
Os bons resultados não vieram por acaso. Há uma receita para esse desempenho. E ela começou em 2002, quando o time caxiense estreou na Superliga. Nesses oito anos, acumularam-se experiência e conhecimento sobre a modalidade. A comissão técnica começou a trabalhar com mais antecedência a cada edição do campeonato e a estrutura cresceu.
A chegada de Jorginho Schmidt, técnico tricampeão brasileiro, também é apontada como um dos fatores fundamentais para a boa campanha. E Jorginho ainda não está satisfeito. Quer mais, mas prefere não fazer previsões sobre até onde seu time pode ir.
– Sou fanático por treino e pela repetição. Gosto de me dedicar ao máximo até onde o atleta pode render. E acredito que ainda podemos crescer – conta o treinador.
Quando foi apresentado, em junho do ano passado, 80% da equipe já estava pronta. A montagem passou pelas mãos do supervisor Fábio Senna e do assistente técnico Luiz André Port, o Gringo. Eles procuraram organizar uma equipe mais agressiva, de acordo com o método de trabalho de Jorginho. O treinador aprovou as contratações e finalizou-as, com sugestões.
– Procuramos investir na estrutura e na aproximação com a comunidade, já que trabalhar num local bem estruturado e ter reconhecimento do público é o que todo o atleta quer – atesta Senna.
Com a chegada de Jorginho, cada integrante da comissão técnica permaneceu mais focado em seu trabalho, sem tantas funções acumuladas, como nos anos anteriores. A parte física também foi especialmente planejada e é fundamental para o bom desempenho. Como são 17 times, o número de partidas aumentou consideravelmente. Somente na primeira fase, são 32 confrontos, 16 deles fora do Rio Grande do Sul. Assim, pensou-se em uma preparação individualizada na pré-temporada.
– Durante oito semanas exigimos o máximo de cada um, para avaliar a potência de cada atleta em fundamentos de ataque. Também foram realizados exames bioquímicos para ver até onde cada um poderia ser exigido. É um controle bem específico. Tivemos melhora de 25% a 30% em todo o aspecto físico, de força e potência. Na pré-temporada não enfatizamos resultados em amistosos, a prioridade foi a preparação física – explica o preparador Áquila Roggia.
Mesmo com tantas partidas, o número de lesões não é preocupante. Conforme o fisioterapeuta Saul Zat, há uma série de contusões crônicas, mas nenhuma responsável por tirar um atleta de jogo no momento.
A análise do adversário foi igualmente reforçada. Os confrontos dos outros times são filmados por meio de um programa de computador, que traz imagens em ângulos detalhados e compactos. Há uma pessoa, cujo serviço é terceirizado, responsável somente por esta parte. Antes, a filmagem era realizada pelos próprios integrantes da comissão técnica, explica o assistente técnico Gringo, mas sem as melhores ferramentas.
Tudo isso, combinado à chegada de um técnico vencedor, deixou a UCS em uma situação nunca antes vivida. Quem resume o sentimento compartilhado por todos que vivenciam o voleibol caxiense é o fisioterapeuta Saul Zat.
– Sempre tivemos objetivos bem definidos e sabíamos até onde poderíamos chegar. Nunca tinha me dado ao direito de sonhar com algo mais. Agora acredito até em sermos campeões. Hoje me dou esse direito.
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