Esportes | 16/03/2010 03h47min
É quase uma contagem regressiva. Nas próximas 72 horas, o estádio tem que estar brilhando feito uma dessas arenas mundo afora. Por isso o movimento no sopé da Avenida Agraciada, em Rivera. É ali, no Atílio Paiva, que o Inter vai enfrentar o Cerro, do Uruguai, na quinta-feira. Ontem foi dia de trabalho debaixo de sol forte para cumprir o prazo.
O vice-presidente da Conmebol, Eugênio Figueiredo, vistoriou tudo há duas semanas. Pediu alguns reparos. Queria pintura nova, vestiários limpos e garantias de que não haverá problemas como a falta de água quente para o banho dos jogadores. Então, a prefeitura de Rivera colocou mãos à obra.
– Estamos repondo janelas quebradas, revisando as instalações hidráulicas e providenciando pinturas nos vestiários – explica o diretor de esportes do município uruguaio, Horacio Hernandez.
Para as próximas 72 horas está programada uma faxina lendária. Ainda há bastante sujeira acumulada pelos cantos. O gramado é bom e mede
110m x 70m. Não há buracos ou sinais
de algum castigo. E nem poderia: ninguém joga no Atílio Paiva.
Caro demais para aluguel de torneios amadores, o jeito é locá-lo para peladas especiais, como aniversários.
Por R$ 1 mil é possível a qualquer perna de pau correr atrás da bola e até marcar um gol na goleira em que Túlio usou a mão para vencer a Argentina na Copa América de 1997. Não há luxo, mas é acolhedor.
– Aqui a gente vai colocar umas almofadas. Não fica bem os jogadores sentarem neste banco de pedra – apressa-se em contar Adolfo Garcia, que providenciava placas de acrílico novas nas casamatas.
Percebe-se uma ponta de orgulho em quem trabalha para deixar o Atílio Paiva em condições de receber estrelas como D’Alessandro e Pato Abbondanzieri. Os dois são os preferidos para autógrafos dos 14 gandulas da escolinha de futebol binacional El Pibe Soy, que ontem treinaram.
– Olha ali, até placar eletrônico a gente tem! – declama Enegino Sanchez,
uruguaio e colorado.
Quatrocentos policiais farão a
segurança no estádio, de 27.162 lugares.
O Cerro chega hoje, de ônibus, a Rivera. O Inter desembarca amanhã, de avião, em Santana do Livramento.
– Se tiver 2 mil torcedores do Cerro será muito. Vai ser um mar vermelho bem protegido – brinca Hernandez.
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