| 20/02/2010 18h53min
A força do Inter na Libertadores começa com a garantia do goleiro Pato Abbondanzieri e do trio formado por Índio (E), Bolívar (C) e Eller (D), embora o primeiro e o último não joguem na terça contra o Emelec. Veja os pontos do plano traçado pelo clube para se dar bem no continente:
O lado B do plano
O vexame de 2007 serviu de aprendizado ao Inter. Naquela temporada, o time de Abel Braga defendia o título da Libertadores. Mal preparado, não passou da primeira fase. O time B, montado às pressas para dar maior tempo de descanso aos campeões mundiais, fracassou no Gauchão – e o Inter acabou eliminado na primeira etapa. Agora, o Inter B foi encorpado. Leandro Damião e Ytalo, dois jovens promissores, foram contratados. O time passou a ser preparado para disputar as primeiras rodadas do Gauchão e permitiu maior pré-temporada aos titulares.
De Tite a Fossati
Fernando Carvalho
desejava jogar a Libertadores com Tite. Entendia que, assim como ocorreu
com Abel, a sequência do trabalho acabaria levando o Inter aos grandes títulos. Mas Tite foi demitido quando a Libertadores ficou sob risco no Brasileirão. Com Mário Sérgio como técnico-tampão, Luxemburgo e Muricy passaram a ser os planos A e B. O primeiro pediu demais e vetou Guiñazu, Bolívar e Eller — por não gostar do estilo de jogo do primeiro, e por considerar os dois zagueiros lentos. O segundo, não deixou o Palmeiras. Por que não tirar Jorge Fossati da LDU? Desde que perdeu a Recopa para a LDU, o Inter se apaixonou pelo sistema de jogo equatoriano. Seu mentor: Fossati.
Ninguém sai
Com a base montada, o Inter buscou Pato Abbondanzieri e Kléber Pereira. Mas antes foi surpreendido pelo assédio do São Paulo sobre Guiñazu. Perdê-lo para um rival ao título seria duro golpe. A direção teve uma conversa dura e definitiva com o volante, que resolveu ficar. Com Sandro não foi diferente. Em nome da Libertadores, Piffero colocou em risco a
assinatura da parceria com o
Tottenham. Mas não aceitou entregar o volante aos ingleses antes (nem durante) da Copa.
O fator número 9
Não se ganha a Libertadores com apenas um camisa 9. Foi pensando assim que o Inter buscou Kléber Pereira. Campeão brasileiro em 2001 e sempre entre os grandes goleadores, no Brasil e no México, onde atuou por quatro temporadas. Aos 34 anos, foi contratado para fazer sombra a Alecsandro – e para o forte jogo físico dentro da área. Disputará a sua quarta Libertadores.
Contando taças
O Inter sempre se apoiou em exemplos para a sua nova fase de conquistas – de 2002 a 2009, o clube jamais deixou de conquistar ao menos um campeonato por temporada. É por isso que o Inter buscou Abbondanzieri. Sozinho, ele tem tantos títulos internacionais quanto a dupla Gre-Nal.
Chega para reforçar o time de campeões da Libertadores do Inter, que já tinha Índio, Bolívar,
Eller e o preparador de goleiros, Clemer. O Inter formou uma defesa colecionadora de
taças e é a partir dela que o clube pretende ser campeão. O sistema defensivo é considerado pela direção o setor mais sólido da equipe. Só precisava de um emblema como o argentino Pato Abbondanzieri no gol.
Incentivo e Mundial
Vencer a Libertadores tem seu preço. Além de manter a folha alta, como no ano passado, na casa dos R$ 4 milhões mensais – para seduzir reforços e manter os antigos titulares –, o Inter pagará um bicho-extra de R$ 3 milhões ao elenco. O campeão da Libertadores receberá um total de R$ 3,46 milhões, em prêmios do patrocinador do torneio e em direitos de transmissão da TV. Em caso de título, os jogadores poderão atender ao pedido de Fernando Carvalho, que, na abertura da temporada, disse querer encerrar a temporada em dezembro, em Abu Dhabi.
Primeiro na fase
Metódico e detalhista, Fossati é conhecedor do futebol sul-americano. Antes da LDU, comandou a
seleção do Uruguai. Além disso, teve a sorte de o Inter cair em um grupo
com dois times equatorianos (Deportivo Quito e Emelec) e um uruguaio (Cerro). Apesar de Fossati conhecê-los, o auxiliar Guto Ferreira assistiu aos últimos jogos das três equipes. No projeto, está o primeiro lugar na classificação geral da primeira fase e a vantagem de decidir os mata-matas no Beira-Rio até a final. A pedido de Fossati, ao contrário de 2006, o Inter deverá passar um dia inteiro nos 2,8 mil metros de altitude de Quito, antes de enfrentar o Deportivo.
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