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 | 15/02/2010 08h11min

Depois do termômetro, a polêmica é o calendário

Brigada Militar vetou partidas da Dupla Gre-Nal no mesmo dia

É sob polêmica que Grêmio e Internacional entrarão em campo, pelas quartas-de-final da Taça Fernando Carvalho, respectivamente, contra Veranópolis e Juventude. O centro do debate é a data do jogo colorado. Para evitar um eventual prejuízo na estreia da Libertadores, a direção tentou antecipar a partida, mas não conseguiu e reclamou.

Dono da melhor campanha no Gauchão, o Inter alega ter sido prejudicado pela Federação Gaúcha de Futebol. Isto porque nesta quinta-feira, às 21h50min, jogará contra o Juventude, no Beira-Rio. Caso classifique-se, disputará a semifinal contra o vencedor de São Luiz e Novo Hamburgo, em casa, no domingo, 48 horas antes de encarar o Emelec pela Libertadores.

— Estamos indignados! A estreia na Libertadores está marcada há muito tempo — reclamou o assessor de futebol Giovanni Luigi.

Tentando minimizar o problema, o Inter sugeriu jogar na quarta-feira, antes de Grêmio e Veranópolis. A Brigada Militar, porém, alegou policiamento insuficiente para dois jogos em Porto Alegre.

Fato que fez o técnico Jorge Fossati cogitar usar reservas na semifinal e o clube a desconfiar da FGF. Ontem, em nota publicada no site colorado, o vice-presidente de Serviços Especializados, Roberto Siegmann, pediu à torcida que "fique atenta, registrando os eventuais prejuízos que incompreensivelmente nos são impostos".

O presidente da FGF, Francisco Novelletto, justifica que a definição de datas ocorreu na semana passada. Ao exigir saber qual seria o jogo de quarta-feira para a TV aberta, a emissora que transmite o Gauchão privilegiou o Grêmio, que havia confirmado antecipadamente o primeiro lugar do seu grupo - o Inter só obteve no sábado a primeira colocação.

— Eu e o Luigi conseguimos uma solução, na quarta, mas aí Brigada vetou — justificou Novelletto.

Outra alternativa seria inverter as partidas da Dupla. Porém, o Tricolor não quis ajudar o rival.

— Não trabalhamos para terceiros. Jogo marcado é jogo jogado — afirmou ontem o vice de marketing do Grêmio, César Pacheco.

O engraçado é que, antes da rodada de sábado, o presidente Duda Kroeff havia concordado em jogar na quinta-feira, a fim de não prejudicar o Inter. A mudança de posição foi argumentada pela programação do feriado de Carnaval. Em 2009, o Tricolor passou pelo mesmo problema do Inter.

Na época, Celso Roth reclamou do acúmulo de jogos na semana da estreia na Libertadores. No sábado, dia 21 de fevereiro, o Tricolor derrotou o Juventude pelas quartas-de-final da Taça Fernando Carvalho. Na quarta, empatou com o Universidad na estreia da competição sul-americana. Dois dias depois, com reservas, superou o Veranópolis e classificou-se para a final contra o Colorado.

A solução gremista seria transferir o Gre-Nal decisivo de domingo para segunda-feira à noite. Aí, o Colorado não aceitou, pois na quarta enfrentaria o Rondonópolis pela Copa do Brasil.

Entenda o caso :

* Na sexta-feira, em contato com a FGF, a emissora que transmite o Gauchão quis saber qual o jogo da quarta-feira com transmissão por TV aberta.

* Como o Grêmio era o único com o primeiro lugar garantido, foi o escolhido pela FGF.

* No sábado, após confirmar a liderança da chave, o Internacional reclamou contra a sua partida na quinta-feira alegando prejuízos à preparação para a estreia na Libertadores

* FGF tentou agendar o jogo do Inter para quarta, antes do do Grêmio.

* A Brigada Militar vetou e o calendário original foi mantido.

DIÁRIO GAÚCHO
 
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