Faltando dois dias para o primeiro Gre-Nal do ano, os ânimos das torcidas, dirigentes e jogadores começam a ficar exaltados. E não é por menos, a rivalidade entre Inter e Grêmio é considerada uma das maiores do mundo. Para entender melhor o que significa o clássico para os gaúchos, o programa Arena Sportv reuniu na tarde desta sexta-feira dois personagens do clássico, o vice de futebol do Inter, Fernando Carvalho, e o goleiro Victor, do Grêmio.

Em rede nacional, Fernando Carvalho deu uma ideia do que significa o jogo:

– Participo de Gre-Nal desde 1961, como torcedor, e para mim é o pior jogo de todos. É o que me torna mais ansioso. Não tenho o que fazer com as mãos, fico caminhando de um lado para outro, até no vestiário todo mundo percebe a minha ansiedade. Porque é o jogo que te traz a maior tristeza ou a maior alegria. Para nós, torcedores, paradoxalmente é muito bom ou muito ruim. A gente fica ansioso mas quer passar por aquilo sempre.

Goleiro do Grêmio há cerca de dois anos, Victor já tomou consciência da importância do clássico no Rio Grande do Sul.

– A semana Gre-Nal tem uma atmosfera diferente. Os treinos, a concentração tudo fica mais emocionante. É um jogo que mexe com as emoções. No Brasil não há rivalidade maior – analisou o arqueiro.

O ex-jogador do Grêmio e ex-treinador de Grêmio e Inter Emerson Leão, que também participava do programa, deu o seu depoimento sobre o clássico:

– Como atleta, eu adorava jogar Gre-Nal. Não via a hora de chegar o jogo, porque é o êxtase do campeonato regional. Deve estar sendo assim com os atletas nesta semana. O Rio Grande do Sul é diferente. Ou você é azul ou você é vermelho. Não tem arco-íris lá. Quando cheguei no Grêmio, me disseram até para não usar roupa vermelha, carro vermelho. Isso faz parte, não terminem com isso, por favor! Aumentem cada vez mais.

Questionado pelos apresentadores no Rio de Janeiro sobre o contato com Fossati, o dirigente do inter é só elogios:

– O contato é o melhor possível, principalmente porque ele trouxe um método novo que é a introdução da bola desde os primeiros treinamentos. Os nossos preparadores físicos, o Fábio Mahseredjian e o Élio Carraveta, até estranharam. É um treinador muito atualizado, conhece o futebol brasileiro, conhece os jogadores. Estamos gostando muito do seu trabalho, já se viu muita solidez, compactação, e é esse o futebol que a gente gosta, porque é o futebol que ganha.

Mesmo com todo o otimismo, Carvalho rejeita o rótulo de favorito para o clássico:

– Gre-Nal é um jogo diferente. O Grêmio sempre foi o nosso maior adversário, e não será desta vez que teremos um Gre-Nal com favorito.

Victor também prefere não destacar favorito para o jogo de domingo em Erechim.

– Clássico é momento. Decidido no detalhe. Quem estiver mais atento tem mais chance de levar a vitória para casa – finalizou o goleiro.