| 16/01/2010 20h20min
O mais novo integrante da elite do surfe mundial é um “guerreiro”. A definição sobre o surfista Marco Polo, 28 anos, é feita pelo chefe da equipe da Mormaii, José Filomeno Neto, o Netão, responsável por lapidar o talento surgido no início da década de 1990 em Balneário Arroio do Silva, no Sul do Estado.
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Destaque nas competições na categoria grometts, Marco Polo radicou-se em Florianópolis em 1996, para integrar a equipe Mormaii, ao lado de Andreas Eduardo e Ricardo Ortiz. O tempo passou, Marco Polo amadureceu, e após três anos beliscando o título nacional, o surfista conseguiu aquilo que todo profissional ambiciona: uma vaga no Dream Tour de Associação dos Surfistas Profissionais (ASP), a elite
do surfe mundial.
A conquista tem um sabor de dever cumprido
para Netão, que não acreditava quando o moleque de 15 anos acordava às 4h30min e pedalava da Barra da Lagoa até a academia Marcelo Amin, na Lagoa, para as aulas de natação, antes das sessões de surfe no Centro de Treinamento do Aragua, na praia Mole:
— Eu saía da Joaquina jurando que estava perdendo meu tempo, mas quando chegava na academia, ele estava lá, era o primeiro — conta.
Cinco pontos garantiram a presença de Marco Polo entre os melhores surfistas do mundo. Ele ficou na 14ª colocação do World Qualifying Series, a divisão de acesso, que classifica os 15 primeiros colocados para o Dream Tour 2010. O resultado foi típico da irregularidade do surfista durante o ano. Após um começo motivador, com um terceiro lugar em Fernando de Noronha, um nono em Margaret River, na Austrália, e uma quinta colocação em Durban, África do Sul, vieram resultados ruins no Brasil e na Europa. O surfista só recuperou a confiança com a ajuda de amigos que apostavam no seu talento e uma
vitória no Supersurf, em
casa, com altas ondas no Costão do Santinho.
Antes das etapas finais no Hawaii, o surfista fez um quinto lugar nas Maldivas, entrou na zona de classificação, e correu por fora na busca pela vaga, que veio com a combinação de resultados, depois de perder sua bateria em Sunset, na última etapa. Nervoso, Marco Polo preferiu não ficar na beira da praia, torcendo pela derrota dos adversários. Fez o que sempre gostou e aproveitou para passar o tempo surfando outros picos:
— Entreguei nas mãos de Deus e deu certo. Consigo viver meu sonho, de enfrentar os melhores do mundo — completa Marco Polo, que segue as rasgadas e cutbacks dos ídolos catarinenses Teco e Neco Padaratz.
Depois de Teco e Neco Padaratz, Marco Polo é o terceiro catarinense a figurar na elite do surfe mundial
Foto:
Ricardo Duarte
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