| 18/12/2009 17h40min
Mar grande, condições épicas, água cristalina, sol e pouco vento. Foi o que um grupo de brasileiros encontrou um quatro dias de surfe em Waimea Bay, no Havaí. Igor Lumertz fez um relato e enviou ao clicEsportes, junto com algumas fotos da trip. Confira:
Dale Gurizada!!!!
Esse swell que passou realmente vai ficar na memória de todos. Sábado (05/12) , antes do gigantesco swell chegar as ilhas, nos recebemos um swell de 18 a 20 pés com condições épicas, tava tão perfeito que nem parecia grande, água cristalina, sol e pouco vento.
Foi só pra esquentar pro dia D, o dia em que todos tanto esperavam, pois a previsão dizia que seria um mega swell, e que iria invadir e destruir casas e ruas.
Até acredito, que em algumas casas a água tenha entrado , mas não tava aquele terror que a previsão marcou. Muitos disseram que o swell somente seria surfado no towin, mas ao acordar na segunda feira (07/12) , antes do sol nascer, já olhei o mar e vi que estava surfavel, porem ENORME!!!!
Descemos com as coisas pra Waimea Bay, onde mais de 1000 pessoas já esperavam o dia amanhecer pra assistir o famoso campeonato de ondas grandes o Eddie Aikau. Ficamos olhando o mar enquanto os organizadores decidiam se iria rolar ou não o evento, esperamos ate as 11 da manhã e caminhamos até o cantinho da praia pra pular na água. Foi muita adrenalina, séries fechavam a baía a cada cinco minutos, o que significa que não da tempo de varar pro outside sem ser pego por uma espuma de quatro metros de altura.
Depois de muito tempo esperando o mar deu uma brecha e uma galera pulou na água, nessa hora o coração bate a mil por hora e o cara rema como nunca remou na vida, ou melhor "rema pela vida". Lá fora o mar não estava revolto mas ao mesmo tempo mostrava uma beleza diferente, uma coisa que muitos de nós nunca tinha visto antes, as ondas quebravam como se fosse em câmera lenta, o lipe grosso jogava lá na base, e a explosão de espumas era impressionante. Pegamos algumas ondas boas, na verdade , pegamos melhores ondas da vida neste dia, algumas das ondas que pegamos chegavam aos 25 pés.
Ao voltar de uma onda que peguei, percebi que a baia iria fechar, vi uma série muito grande entrando, remei como nunca e ao chegar lá fora, bem no meio da baía, achei que estava seguro, então eu vi a galera remando mais rápido e quando passei por cima da primeira me deparei com uma onda , que todos disseram que tinha 30 pés, que quebrou bem na minha frente. Soltei a prancha e mergulhei fundo, a onda não me pegou, mas rebentou o meu leash. Ai foi o fim da sessão, o Jairo veio e nos dois remamos na prancha dele e com muita sorte chegamos à beira da praia.
No dia seguinte (terca-feira 08/12) o mar amanheceu bem mais calmo, com series que chegavam no máximo aos 18 pés, mas mesmo assim decidiram rolar o Eddie. As bóias indicavam que a tarde o mar subiria novamente, talvez até maior do que o dia anterior. Passamos o dia assistindo o campeonato e pegamos as pranchas pra cair na água antes que a ultima bateria acabasse. O plano era esperar no canal e quando acabasse o evento remaríamos pro pico.
O campeonato acabava às quatro horas da tarde e as três e vinte eu decidi que iria pular na água, mas o mar começou a subir de um jeito que eu nunca vi antes, a cada serie o mar ficava maior e mais pesado, já passando fácil dos 20 pés e fechando a baía a toda serie. Ficamos, mais de 20 pessoas esperando pra pular na água, por uma hora e meia, e nesse meio tempo 4 pessoas tinham se arriscado e depois de muito sufoco e perigo de ser arrastado pras pedras os caras vararam. Esperei mais uma série e pulei na água, junto comigo mais quatro pessoas, tivemos sorte e acabamos chegando no outside. Logo no próximo grupo veio o Jairo e o Vini entre outros brasileiros.
O mar nesta hora estava, gigantesco, mas perfeito. As massas da água eram tão grandes que a remada não funcionava pra entrar nas ondas, e nós já estávamos com pouco tempo nas nossas mãos, pois o dia ia terminar em menos de uma hora.
Tinha muita onda , mas muito difícil de pegar, vi muito cara bom lá fora que não pegou nenhuma. Com muita persistência , dedicação e sorte conseguimos pegar umas ondas animais. Esse dia foi o melhor surfe da minha vida, peguei 4 ondas que foram as maiores e mais difíceis que já peguei.
Abraco
Igor Lumertz
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