| 10/12/2009 09h05min
Boa a primeira entrevista de Silas, o novo e emergente técnico do Grêmio. Declarações fortes, claramente destinadas a atingir o coração do torcedor, que cobrava de Paulo Autuori mais identificação com o perfil do clube.
Silas falou em não desistir nunca, em marcação forte, em ter a cara do Grêmio, em liderança de vestiário. Seguiu a cartilha. Posso apostar que os dirigentes o municiaram em alguns pontos que vão direto ao imaginário tricolor.
É um bom técnico. Votei nele, Silas, pelo milagre operado com o Avaí, como melhor treinador do Campeonato. Mas está começando tudo de novo. De novo aquela história de achar que está na casamata, e não no campo, a solução para os problemas da humanidade.
Não vai adiantar Silas, muito menos a sabedoria de Paulo Paixão, sem bons jogadores. É do que o Grêmio precisa, mais do que casamata.
O Grêmio precisa manter Maxi López e contratar um parceiro de ataque ainda melhor do que o argentino. Necessita de um lateral-direito, para acabar com o erro de improvisar Mário Fernandes. Carece de lateral-esquerdo de verdade. Também de um armador. Sem falar nas opções de qualidade para grupo.
A figura do treinador não pode ser superestimada. Fosse assim o campeão brasileiro seria o Santos do badalado Wanderley Luxemburgo, e não o Flamengo do interino Andrade. O Barcelona, em vez de torrar dinheiro buscando uma estrela da casamata na Europa, efetivou Guardiola, prata-da-casa do time B, e desatou a ganhar tudo.
Com o dinheiro que alguns clubes gastam para pagar megatreinadores – fala-se em R$ 1 milhão para toda a equipe de Luxemburgo, agora vejam se tem cabimento uma barbaridade dessas – alguns craques poderiam entrar no horizonte financeiro. Fred ganha R$ 500 mil no Fluminense. Se pagou pelo que fez nas Laranjeiras. O Boca Juniors torrou milhões por um ano de empréstimo de Riquelme junto ao Villarreal em 2007, mas foi campeão da Libertadores.
Enfim. Se não contratar, vai ser como foi com Paulo Autuori ou Celso Roth. Para ser campeão, o Grêmio precisa de time, não de técnico. A magia do futebol está no campo, e não na casamata.
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