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 | 01/12/2009 14h56min

Ruy Castro quer ver o Grêmio com os titulares contra o Flamengo

Escritor diz que se o Rubro-Negro conquistar o título, não pode haver desconfiança

Ana Maria Acker  |  ana.acker@rbsonline.com.br

Autor de Flamengo: o Vermelho e o Negro, o escritor Ruy Castro considera que o Grêmio tem todo o direito de baixar o ritmo diante do Fla no Maracanã, para não correr o risco de beneficiar o Inter na briga pelo título brasileiro. Por outro lado, o autor acha difícil que os jogadores façam corpo mole - conversas de vestiário são esquecidas quando a bola rola. Segundo ele, seria fundamental o time gaúcho entrar em campo completo, pois assim não deixaria desconfianças sobre a partida.

– O Grêmio tem todo o direito de tirar o pé, se quiser - mesmo porque, se a situação fosse com o Inter, provavelmente o Inter faria o mesmo, não? Mas não acredito que isso aconteça. No calor da partida, cada jogada vale por si, e os jogadores tendem a esquecer o que foi dito no vestiário. Para ser franco, preferia que o Grêmio entrasse completo contra o Flamengo - para que os espíritos de porco não venham dizer que o título do Flamengo não foi limpo – declarou em entrevista por e-mail ao clicEsportes.

Ao falar do Rubro-Negro, Ruy Castro apontou o técnico Andrade como o personagem principal na reação do time no Nacional:

– Andrade, sem dúvida. Recuperou Petkovic, está sendo muito hábil para lidar com Adriano e salvou a carreira de Zé Roberto. Como treinador, Andrade é exatamente como era quando jogador: discreto, eficiente, impecável – salientou.

Confira a entrevista completa com Ruy Castro:

clicEsportes - Grêmio e Inter vivem uma polêmica nessa semana que antecede o jogo com o Fla no Maracanã. Como torcedor rubro-negro, você acredita que o Tricolor gaúcho pode mesmo tirar o pé na partida de domingo, ou não crê nesse tipo de situação?
Ruy Castro
- O inimigo de meu inimigo é meu amigo, já dizia o outro. Nesse caso, o Grêmio tem todo o direito de tirar o pé, se quiser - mesmo porque, se a situação fosse com o Inter, provavelmente o Inter faria o mesmo, não? Mas não acredito que isso aconteça. No calor da partida, cada jogada vale por si, e os jogadores tendem a esquecer o que foi dito no vestiário. Para ser franco, preferia que o Grêmio entrasse completo contra o Flamengo - para que os espíritos de porco não venham dizer que o título do Flamengo não foi limpo.
 
clicEsportes - A fórmula de pontos corridos tem recebido críticas por conta disso. Você é favorável a esse sistema de campeonato?
Ruy Castro
- Pelo menos aqui no Rio, ainda estamos nos habituando à cultura dos pontos corridos. E eles parecem mesmo mais justos. Compare a campanha do Flamengo no segundo turno com a de Inter, Palmeiras e São Paulo, e veja se o campeonato não chegou ao fim exatamente como devia ter chegado.
 
clicEsportes - Petkovic, Andrade, Adriano. É possível destacar um personagem nessa reação do Rubro-Negro?
Ruy Castro
- Andrade, sem dúvida. Recuperou Petkovic, está sendo muito hábil para lidar com Adriano e salvou a carreira de Zé Roberto. Como treinador, Andrade é exatamente como era quando jogador: discreto, eficiente, impecável. Além disso, jogava com o número 6 (Junior era o 5) e, com aquela camisa, fez o 6º gol no 6x0 que o Flamengo devolveu ao Botafogo em 1981. Se Andrade der o hexa ao Flamengo, olha aí o 6 de novo...
 
clicEsportes - O Flamengo tem problemas fora de campo, como salários atrasados. Você crê que um título brasileiro poderia melhorar a gestão do clube?
Ruy Castro
- Os salários atrasados são o reflexo da dívida, dos confiscos de arrecadação, do entra-e-sai de jogadores que são comprados caro e vendidos barato. Seria preciso um grande saneamento. O Flamengo não sabe a força que tem. No dia seguinte ao hexa, se vier, haverá eleição para a presidência. Isto, sim, poderá transformar a gestão do clube.
 
clicEsportes - Sua mulher, a escritora Heloisa Seixas, é Fluminense. Como é viver a rivalidade em casa? Mais: o que será que Nelson Rodrigues diria sobre a situação do Tricolor?
Ruy Castro
- Nenhuma rivalidade! [risos] Eu e Heloisa assistimos a todos os jogos juntos, exceto o Fla-Flu - e, fora do Fla-Flu, sempre torço pelo Fluminense e ela, pelo Flamengo. Quanto ao Nelson e também ao seu irmão, o rubro-negro Mario Filho, que pena que não estejam aqui para narrar essa inacreditável saga do Fluminense, que literalmente ressurgiu da tumba!

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