Esportes | 06/11/2009 04h26min
Duas reuniões de mobilização alvoroçaram o Beira-Rio ontem. Nenhuma delas teve a presença do técnico Mário Sérgio. Na primeira, o presidente Vitorio Piffero e o vice de futebol Fernando Carvalho falaram no auditório contíguo ao vestiário. Em seguida, foi a vez dos próprios jogadores organizarem uma conversa informal, antes de mais um treino fechado na vida do Inter. De novo, uma reunião sem o treinador.
Dos encontros restou um pacto: vencer as cinco rodadas que faltam, a começar pelo Barueri, no domingo. O centro da conversa com os dirigentes foi a diferença absurda de rendimento no segundo turno. No primeiro, o Inter terminou em primeiro lugar. Agora, no segundo, o Inter amarga a vice-lanterna. Somadas as duas metades, uma estupenda, outra horrorosa, o Inter está fora do G-4. Ao contrário da última ocasião em que decidiu interferir mais diretamente no vestiário para cobrar desempenho, o tom ganhou contornos mais suaves.
– Não é hora da porrada, como da outra
vez – resumiu Carvalho,
referindo-se à sacudida empreendida após a derrota por 3 a 2 para o Botafogo ainda no primeiro turno, que resultou no afastamento de D’Alessandro e uma punição a Índio por chegar atrasado ao treino.
A ausência de Mário Sérgio, que na véspera havia manifestado ser contrário a palestras motivacionais como as de Evandro Mota, contratado pelo Inter para este fim, foi minimizada por Carvalho. Segundo ele, não se trata de passar por cima da autoridade do técnico.
– Falo com o Mário todos os dias. Mas nem sempre é preciso o treinador estar junto nestas reuniões. Não vejo problema algum – argumentou o vice de futebol.
Encerrada a palestra dos dirigentes, os jogadores conversaram sem a participação do treinador. Conforme Fabiano Eller, um papo informal, nascido da necessidade de abordar as cobranças, ainda que em tom ameno, manifestadas por Carvalho e Piffero minutos antes. O resultado prático foi o pacto, anunciado por Eller e esmiuçado em declarações
indignadas, já em clima de mobilização.
– Não dá mais para ser o penúltimo do segundo turno. Temos que ganhar e pronto – afirmou Taison.
O capitão Guiñazu emprestou um aspecto misterioso à reunião.
– Não vou falar o que tratamos nunca! – sorriu o argentino.
– É uma meta exigente demais para um pacto? Pode ser: mas se o Avaí conseguiu, nós também podemos – comparou o goleiro Lauro, referindo-se aos nove jogos de invencibilidade que o clube catarinense alcançou no campeonato.
Enquanto isso, no treino fechado, Mário Sérgio trabalhou aspectos técnicos e táticos, mas não fez coletivo. Mas desta atividade, é fato, o técnico participou na movimentada quinta-feira do Beira-Rio.
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