Esportes | 01/11/2009 17h34min
Em mais um caso da série Eu Sou Fanático, é a vez de Pedro Rockenbach dar o seu recado. Ele fala da previsão que fez antes da partida do Inter contra o Barcelona em 2006 e sobre a promessa que cumpriu depois do título.
Envie também a sua história de loucura feita pelo time, de preferência com foto, para o e-mail esportes@clicrbs.com.br, e tenha a aventura publicada no clicEsportes.
• Confira o relato de Pedro:
Já havíamos vencido o São Paulo no Gigante da Beira-Rio e a festa havia sido grande, ja sabíamos que enfrentaríamos o famoso Barcelona de Ronaldinho Gaúcho e outras estrelas. Foi que um dia conversando com meu amigo Tiago falei: "cara, ja sei como ganhar do Barcelona,
assistí o jogo deles contra o Real Madrid e foi um banho de bola, eles não jogam nada contra
o time de branco, temos que jogar de branco também". A princípio nem eu nem meu amigo demos bola para a barbaridade que eu havia dito. Os meses foram passando e combinamos que se o Inter vencesse o Barcelona nós iríamos a pé até Rio Pardo, cidade vizinha de Santa Cruz do Sul. Conosco estavam Felipe e Ezequiel, éramos quatro colorados com esperança de ver o Colorado no topo do mundo, mas sabendo que a terefa era quase impossível.
Cada um assistiu o jogo com sua mandinga, cada um no seu lugar da sorte com a cueca da sorte fazendo os mesmos rituais de outras vitórias. E a primeira mensagem no celular que recebo é do Tiagão: "a gente tá de branco". Eu não me importava com mais nada, eu mal lembrava que tinha dito aquela barbaridade, mas agora é torcer. Depois de quase ter enfartado assistindo aquela partida, limpando as lágrimas do rosto eu pego o celular, e em meio a inúmeras mensagens dos meus amigos gremistas (inacreditável) me parabenizando pelo Inter, está uma nova mensagem do Tiagão: "Rio Pardo nos aguarda". Putz, não lembrava disso também, mas agora temos que ir. Passado um tempo ainda ressacados do título, rumamos para a caminhada. Saímos às 06:30 de Santa Cruz do Sul, cada um levando umas garrafinhas d'água. Só que a água acabou em duas horas. Então paramos num pedágio para sentar e descansar. Nem 10 segundos se passaram, e começa a tocar uma sirene e nos obrigam a deixar o local alegando que é proibido permanecer dentro dos limites do pedágio. Tudo bem, continuamos então, no primeiro posto de gasolina que paramos não nos venderam água porque a lanchonete estava fechada. Custava abrir?
Já passava da 11 horas da manhã e os carros que passavam pela gente buzinavam ora nos xingando ou incentivando, não preciso dizer quais eram colorados e gremistas. Perto do meio dia as namoradas do Ezequiel e do Felipe nos encontram na estrada trazendo no carro um isopor cheio de garrafinhas d'água, gatorade e até algumas coisinhas para comer. Nos despedimos delas e continuamos, chegamos no nosso destino ja eram 13 horas, o pai do Tiago nos esperava com um churrasco bagual. Não tínhamos força pra nada, os 34 km haviam nos consumido quase toda a energia. Depois ficamos sabendo que o Fernando Carvalho estava pagando sua promessa no mesmo dia. Coincidências a parte, eu juro que nunca mais fiz previsão alguma sobre jogar de branco, e depois daquele 17 de dezembro, eu aposentei a minha cueca da sorte.
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