Falta proteção aos zagueiros do Grêmio? A dúvida começou a tomar corpo na derrota para o Goiás, dia 26, quando o time permitiu que Léo Lima percorresse uma extensa faixa de gramado até entrar na área e marcar de cabeça. E espalhou-se, domingo, por todos os setores do Olímpico no empate em 3 a 3 com o Sport, um dos lanternas do Brasileirão. A eficiência do sistema defensivo volta a ser testada hoje, às 21h, na Arena, contra o Atlético-PR.

Para parte dos torcedores e dos analistas, Adilson e Fábio Rochemback, dois volantes com características de movimentação, não preenchem as necessidades defensivas da equipe e expõem os zagueiros em demasia. Opinião rechaçada pelo técnico Paulo Autuori.

– Zagueiro bom é zagueiro protegido. Sem o volantão, a defesa gremista afunda – diz Wianey Carlet, colunista de Zero Hora, conhecido pela defesa intransigente que faz de jogadores efetivos na marcação.

Exemplo clássico de volante de contenção, Dinho torce para que Autuori consiga sincronizar os movimentos de Adilson e Rochemback.

– Acho que um deveria ficar mais do que o outro. Na minha época, eu ficava mais fixo do que o Goiano. Aqui no Sul, estamos mais acostumados a este modelo – diz.

Capitão do time que retornou à Série A em 2005, na Batalha dos Aflitos, Sandro Goiano, atualmente no Sport, sai em defesa de Adilson e Rochemback. Ao descrever cada um dos gols marcados pela equipe pernambucana, diz que eles não se originaram diretamente de falhas dos volantes.

Autuori não nega que sempre preferiu times com volantes móveis. Rochemback, lembra ele, habituou-se ao modelo europeu, em que os volantes saem para o jogo. Para ele, trata-se apenas, de uma questão de alternância. Dependendo do lado em que estiver a bola, “um sai e outro fica”.

– Não sofremos os três gols pela falta de um jogador mais fixo. Cometemos erros individuais que não foram normais. – lembra.

Adilson e Rochemback completam hoje seis partida juntos.