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Esportes  | 06/10/2009 03h23min

Tite nem chegou a se despedir dos jogadores

Técnico enfrentou a ira de torcedores antes da demissão no Beira-Rio

Tite despertou cedo, ontem, no Hotel Radisson, em Curitiba. Mal dormira. Recebera na madrugada ligações de amigos, e havia rumores da demissão. Realmente, ainda na noite de domingo, Fernando Carvalho e Vitório Piffero tomaram a decisão no voo de volta de Curitiba para Porto Alegre.

Ontem, por volta das 7h, Tite desceu do sétimo andar do hotel do Inter, pagou as despesas e nem foi ao café da manhã. Aninhou-se no ônibus da delegação. Sentou lá sozinho. Refletiu por minutos. Voltou ao hotel, tomou um gole de café preto e retornou ao ônibus.

No aeroporto Afonso Pena foi procurado por um torcedor do Inter, que o xingou – e filmou o diálogo áspero, colocado depois em vídeo no YouTube. No Salgado Filho, Tite foi xingado por um grupo de seis torcedores. Agressivos, gritaram palavras de ordem contra o treinador. Quatro seguranças e dois brigadianos guardavam a delegação para evitar tumulto.

À tarde, Tite se despediu:

– Ganhei três títulos aqui – disse.

E foi embora, sem se despedir dos jogadores.

AS CAMPANHAS

- Brasileirão 2009

5º lugar: 13 vitórias, 5 empates e 9 derrotas

- Copa Sul-Americana

Sai nas oitavas: 1 empate e 1 derrota

- Gauchão 2009

Campeão invicto: 18 vitórias e 3 empates

- Copa do Brasil 2009

Vice: 7 vitórias, 2 empates e 3 derrotas

- Recopa 2009

Perdeu os dois jogos com a LDU e o título

- Copa Suruga

Campeão ao vencer o Oita Trinita

- Copa Sul-Americana 2008

Campeão: 5 vitórias, 4 empates e 1 derrota

- Brasileirão 2008

Assumiu na quinta rodada. Acabou na sexta posição, com 54 pontos (sua campanha: 14 vitórias, 8 empates e 11 derrotas)

Motivos da demissão

- Apesar do apoio de boa parte do grupo, Tite não caía no gosto de todos os jogadores. Mesmo aqueles atletas que gostavam do técnico admitiam que por mais que o time fosse modificado não havia mais reação. Uma mudança era necessária.

- Contratado para ser a estrela do time, D’Alessandro teve um sério atrito com o técnico ao reclamar de uma substituição na derrota para o Botafogo, em julho. Desde lá, a relação dos dois era ruim.

- Sempre que ficou na reserva, D’Alessandro reclamou. Na derrota para o Coritiba, o argentino foi chamado por Tite quando o Inter já perdia o jogo. Caminhou de forma indolente, bebendo água, e Tite mandou que ele voltasse. Cinco minutos depois, o técnico colocou o argentino em campo. Ele nada fez.

- A falta de gols daquele que até três rodadas atrás era o ataque mais efetivo do Brasileirão, chamou a atenção da direção. Nos últimos seis jogos, o Inter marcou apenas três gols. Em Curitiba, um dirigente colorado, irritado com a falta de chutes a gol do time, disparou: “se eu jogasse de goleiro contra o Inter não tomaria gol”.

- Nesta temporada, Tite passou por duas fases ruins. A primeira, com cinco jogos sem vencer, ocorreu em meio à perda da Copa do Brasil. Naquela época, Muricy Ramalho e Wanderley Luxemburgo estavam sem clube. A direção colorada entendeu que não era a hora da mudança. Até hoje é cobrada pela torcida.

Em gráfico, a queda de rendimento de Tite no Inter:

Em gráfico, Mário Sérgio é um velho conhecido dos gaúchos



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