| 26/09/2009 17h35min
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, esteve na manhã deste sábado no CT do Parque Ecológico. Visivelmente irritado com as especulações sobre sua viagem para a Europa, Sanchez decidiu conceder entrevista coletiva. Ele negou que tenha conversado com o meia-atacante Ronaldinho, do Milan.
– Sou o único presidente que viaja e tem de dar explicações. Todos viajam e ninguém fala nada – desabafou.
Ronaldinho é desejo do clube para 2010, ano do centenário. Em maio deste ano, o presidente conversou algumas vezes com o irmão e agente do jogador, Roberto Assis. Na época, o craque era pouco aproveitado no Milan e estava insatisfeito. Sanchez continua sonhando, mas descarta negociações em andamento com Ronaldinho.
– É inacreditável. Fico triste, mas infelizmente tem gente que coloca um peso nas minhas costas que eu não mereço. Qual clube não quer o Ronaldinho? Mas não teve nada. Nunca falei com o Ronaldinho, nem com o Assis sobre a possibilidade de ele vir. É uma história que surgiu em federação, Clube dos 13. Os fofoqueiros de plantão vazam notícias e eu tenho de responder por isso – afirmou.
Sanchez garantiu que viajou com o advogado do Corinthians, Meier Machado, para resolver questões judiciais de três casos distintos. O primeiro é com o Werder Bremen, da Alemanha, pelo dinheiro da venda do meia Carlos Alberto. Já os outros dois estão na Fifa: o processo do Boca Juniors para receber 20% da venda Tevez para o inglês West Ham e outro do agente Pini Zahavi, que cobra participação na venda do meia Willian para o Shaktar Donetsk, da Ucrânia, em agosto de 2007.
Entenda os três casos:
Carlos Alberto/Werder Bremen/MSI
A diretoria do Corinthians esperava receber do Werder Bremen R$ 13,4 milhões pela venda do meia Carlos Alberto, em julho de 2007. A negociação foi fechada em € 7,8 milhões (na época R$ 21,3 milhões). O clube alemão pagou 50% à vista. A outra metade, que seria quitada seis meses depois, foi depositada em juízo a pedido dos alemães por causa do imbróglio Corinthians/MSI. Pelo contrato de parceria, o fundo de investimento tinha direito a 80% do valor de transferência dos reforços contratados por ela. Agora, Corinthians e MSI disputam a posse de cerca de a metade dos € 7,8 milhões que o Werder Bremen pagou pelo atleta.
Boca Juniors/Tevez/West Ham
Uma cláusula no contrato da venda de Carlitos Tevez, do Boca Juniors para o Corinthians, em 2005, assegura ressarcimento financeiro no valor de 20% sobre o lucro que o clube paulista tivesse com sua venda futura. O ex-camisa 10 alvinegro, que pertencia ao fundo MSI, foi vendido por 1 milhão de libras esterlinas ao West Ham, em 2006. No entanto, baseado no artigo 28 do estatuto do jogador da Fifa, que diz que o clube (nesse caso o Corinthians) é responsável pelos jogadores que adquire – e não o fundo de investimentos MSI –, o Boca contratou uma auditoria e avaliou o valor de mercado de Tevez em US$ 50 milhões. Foram descontados os US$ 16 milhões já pagos em 2005, quando o jogador deixou o clube argentino, mas ainda sobrariam US$ 34 milhões, valor sobre o qual, o Boca teria direito a 20% – ou seja US$ 7 milhões.
Pini Zahavi/Willian/Shaktar Donetsk
O agente israelense Pini Zahavi move ação na Fifa contra o Corinthians para receber US$ 1,9 milhão (R$ 3,06 milhões). Afirma tratar-se de comissão pela venda do meia Willian para o Shaktar Donestk (UCR), em 2007, pois tem documento assinado pelo então presidente Alberto Dualib assegurando-lhe 10% do valor do negócio. O Corinthians alega que o empresário não participou da negociação e que Dualib estava na Inglaterra, licenciado, quando deu a autorização. Quem intermediou a venda do meia foi o empresário Carlos Leite, agente de Mano Menezes e de outros jogadores do atual elenco corintiano.
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