| 24/09/2009 21h15min
O relacionamento entre a torcida do Cruzeiro e o atacante Kléber pode estar perto do fim. O jogador não ficou satisfeito com as vaias recebidas após ser substituído no jogo diante do Palmeiras, na quarta-feira, e pediu respeito para continuar a jogar pelo clube.
Antes de embarcar para São Paulo, onde no fim de semana o time enfrenta o Barueri, pelo Campeonato Brasileiro, Kléber afirmou que não estava feliz em Belo Horizonte e queria deixar o Cruzeiro. No desembarque na capital paulista, ele voltou atrás, mas exigiu respeito da torcida para permanecer no clube
Confira a íntegra da entrevista concedida pelo atacante:
Permanência no Cruzeiro
"Não sei como vai ficar. Está ficando uma situação insustentável, não quero ficar em um lugar que não me querem. Sempre fui feliz, deixei de ir para o Porto (Portugal) para ficar no Cruzeiro, imitei galo e comprei briga com uma torcida grande, tive um
problema sério com isso e não tinha ninguém da torcida para me
ajudar".
Exigência para ficar em Minas
"Zezé (Perrella, presidente do Cruzeiro) e meu empresário é quem vão decidir. Se quiserem que eu fique, isso (vaias) tem de acabar. Se não acabar prefiro não ficar. Fica ruim para a minha convivência em Belo Horizonte. Tenho contrato com o clube, mas não dá para ignorar 7 milhões de torcedores".
Transferência para outros clubes
"Sei que tenho espaço em um monte de clubes. Virei ídolo no Cruzeiro em pouco tempo e sei que posso ser também em outros. Mas não tem conversa com ninguém. Tenho uma multa que nenhum clube brasileiro pagaria".
Briga entre torcidas de Cruzeiro e Palmeiras
"É uma situação além do amor ao clube. É uma briga de torcidas. Tanto é que me disseram que se fosse à quadra do São Paulo não teria problema algum. Não quero retratação, quero respeito. Acho que mereço. No jogo, vaiaram o
Adilson (Batista) porque ele substituiu um jogador machucado. Alguns torcedores já
prejudicaram o time em muitos jogos".
Possíveis ameaças da torcida mineira
"Meus pais estão sempre lá (em Belo Horizonte) e poderão sair na rua e serem xingados, como aconteceu na quarta-feira. Não sofri ameaça, até porque se tivesse não iria mudar nada para mim. Já tive em outros lugares e não mudou nada. Quero respeito e carinho. Disseram que iam me apoiar, que tinham entendido a minha intenção, mas dentro de campo a coisa mudou".
Sem arrependimentos de ir à Mancha Verde
"Quero ser tratado como sempre fui, já joguei machucado, deixei de ir para a lua-de-mel, passei sufoco ao imitar galo. Disso tudo me arrependo, porque não valeu de nada. Quero ser tratado como era antes, não me arrependo de ter ido à Mancha (Verde). Se tivesse de ir, também iria à quadra do Cruzeiro, pois não tenho nada a ver com guerra de torcidas".
Jogo contra o
Barueri
"Vou jogar com a mesma determinação contra o Barueri, para ganhar o jogo. Tenho
contrato, vou continuar treinando e jogando, tenho de separar as coisas e vou produzir da mesma forma alegre ou triste. Mas para ficar feliz de novo, preciso de tempo para ver o que vai acontecer. Vamos esperar os próximos dia para ver o tratamento do torcedor comigo. Só o tempo para a gente ver o que vai acontecer".
Kléber admitiu que quer deixar o Cruzeiro durante o embarque do time
Foto:
Washington Alves, Vipcomm
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