| 11/09/2009 05h30min
Vippcomm
O Inter conseguiu a liberação de Sandro (foto). O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, convenceu Ricardo Teixeira, o manda-chuva da CBF. Portanto, boa notícia no Beira-Rio. Está de volta um jogador de Seleção Brasileira ao time titular para o jogo contra o Cruzeiro. Até aí, tudo bem: só tem um pequeno problema, embutido numa pergunta com algumas variáveis.
Quem sai para a volta de Sandro?
Não dá para
imaginar que o técnico Tite vá receber um jogador com a envergadura alcançada por Sandro depois de entrar aos 24 minutos do segundo tempo contra o Chile como se
treinasse no suplementar do Beira-Rio e colocá-lo na reserva. Ainda mais depois do esforço empreendido pelos dirigentes, via Novelletto, para conseguir a sua liberação do Mundial Sub-20. Se Sandro não entrar em campo diante do Cruzeiro, vai ficar até chato para o Inter, que tanto reclamou o retorno do seu primeiro volante.
Portanto, Sandro joga. E Guiñazu não sai de jeito nenhum.
A Popular do Inter deflagraria uma revolução se Tite fizesse como Paulo Autuori, que deixou o seu capitão na reserva. Giuliano, este sim, com a convocação mantida para a seleção sub-20, está fora.
Me parece que D'Alessandro, depois de mudar a cara do Inter quando entrou no intervalo do jogo com o Atlético-MG, será o meia mais avançado do meio-campo. Restaram Magrão e Andrezinho para sentar no banco. Como Andrezinho recém se recuperou de uma lesão no joelho, creio que Tite optará por Magrão no domingo.
Então,
ficaria assim o losango do meio-campo: Sandro, Magrão à direita,
Guiñazu à esquerda e D'Alessandro adiante deles, fazendo a ligação direta com Taison e Alecsandro. Mas há uma questão a ser examinada aí.
É justamente este formato do losango que, em um determinando momento, mostrou sinais de cansaço. Lembram da final da Copa do Brasil? E mesmo depois, nos jogos seguintes? Não seria um retrocesso? Talvez não. Em primeiro lugar por que Magrão e o argentino parecem ter recuperado a intensidade perdida há dois meses.
Assim, eles são mais jogadores do que eram. O caso de Magrão, depois daquele pique para marcar o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre Avaí no segundo tempo, é prova disso. Mas não é a evolução técnica e física destes dois que me faz pensar que o losango, antes previsível e fácil de marcar, volte a ser inventivo e surpreendente. De lá para cá houve uma mudança.
E o nome desta mudança é Kleber.
A liberação do lateral, convertido em atacante
pela esquerda, com direito a incursões pelo meio (o gol de Magrão na
Ressacada foi passe dele, como camisa 10 autêntico), é uma vitamina para o até então esquálido losango.
Ninguém duvida que a regularidade em bom nível apresentada por Kleber ajudou, e muito, no crescimento do Inter que agora está a um ponto do líder Palmeiras. Se continuar assim, é provável até que Dunga o chame de novo, depois de ter perdido a condição de reserva da Seleção para Filipe, do La Coruña.
O certo é que o novo Kleber se soma ao trabalho de meio-campo. Toca a bola, se movimenta, envereda pela diagonal, às vezes é visto lá do outro lado, pela direita. Em vez de se restringir à uma faixa limitada de campo na esquerda, hoje ele abre espaços se mexendo pelo campo todo. O que muda a cara do losango.
Mas isso, claro, é só teoria. O que vale é a prática.
O que vale é ver no campo como ficará o Inter com a volta de Sandro diante do Cruzeiro, no jogo que pode render a liderança, depois que a melhor
atuação da equipe no ano, na Ressacada, foi sem ele.
O resto é conversa.
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