O técnico Bernardinho está na Colômbia onde a seleção brasileira masculina de vôlei disputa o Sul-Americano. Em uma entrevista a agência de notícia Efe, o treinador não poupou elogios ao atacante Giba:

— Quando chegamos à seleção, em 2001, Giba começou um trabalho de desenvolvimento e de crescimento. E podemos dizer que ele beira a perfeição técnica porque fisicamente é um jogador muito leve, rápido e forte. Ele cresceu muito tecnicamente nestes últimos anos, por isso tem a personalidade de um campeão. Giba também tem personalidade suficiente nos momentos mais difíceis e a responsabilidade em suas mãos de fazer o que tem de fazer no momento certo. É um jogador que tem uma força interior muito grande e acho que essa é sua arma principal — completou.

Sobre a competição, Bernardinho disse que o principal adversário do Brasil e dos outros participantes é a altitude de 2.640 metros acima do nível do mar.

— É muito difícil jogar vôlei em Bogotá porque a altitude faz a bola andar muito, fica difícil de ser controlada. Estamos sofrendo um pouco com isso porque o saque é nossa principal arma — afirmou.

O treinador apontou Argentina, Venezuela e a anfitriã como obstáculos a manter a escrita vitoriosa no Sul-Americano — das 27 edições já disputadas, o Brasil ganhou as 26 de que participou.

— Sabemos que temos três adversários muito difíceis: Argentina, Venezuela e Colômbia. É dessas seleções que sairá o campeão sul-americano — comentou.

Bernardinho explicou que a boa renovação da equipe em relação à que disputou os Jogos de Pequim é fruto do investimento nas categorias de base. Porém, disse que os resultados não são imediatos:

— É preciso investir para desenvolver um bom trabalho, com paciência e planejamento para alcançar o nível desejado em alguns anos — afirmou o técnico, lembrando que o projeto com as seleções de base teve início entre os anos 70 e 80.

Ao falar sobre o Campeonato Mundial do ano que vem, na Itália, o treinador reconheceu que seus principais rivais são algumas seleções europeias, Estados Unidos e Cuba. Mas Bernardinho prefere dar um passo de cada vez.

— Nossa equipe é nova, ainda temos um caminho longo até o Mundial. Temos que trabalhar muito para chegar em condições de vencer — destacou o técnico, sempre muito exigente.

Com vitórias sobre Peru e Uruguai, o Brasil enfrenta ainda hoje a Colômbia. Os próximos confrontos serão diante do Chile (quarta), Venezuela (quinta) e Argentina (sexta). A semifinal será sábado, e a decisão no domingo.