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 | 14/08/2009 13h10min

Cléber Santana por US$ 6 milhões? Bom negócio

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Cléber Santana virou o demônio por conta do preço cobrado pelo Atlético, de Madri. Pelas notícias que cruzam o Atlântico desde os jornais espanhóis, pontilhadas por informações daqui da aldeia, seriam US$ 6 milhões. Detalhe: bancados em boa parte pelo mecenas colorado Delcyr Sonda, o investidor/torcedor dos sonhos de qualquer clube.

Em linhas gerais, o senso comum diz o seguinte: caro demais, quase um absurdo. Tudo isso por um jogador de 28 anos, cujo mercado vai ficando cada vez mais limitado por conta da idade na hora de lucrar em uma suposta venda lá adiante?

Não é bem assim. Por vários motivos, pode ser um ótimo negócio.

Motivo 1: Cléber Santana é bom. A lembrança dele se adonando do meio-campo do Santos sob o comando de Wanderley Luxemburgo é recente. Marca, arma e ataca. Está em boa fase na Espanha. Portanto, acrescentaria qualidade ao time em um campeonato no qual a maioria dos times estão ficando piores com a famigerada janela de agosto.

Motivo 2: Boa parte do dinheiro seria de Sonda, e não do Inter. Portanto, não vale o argumento de que a quantia de US$ 6 milhões seria melhor gasta em outro jogador tão bom quanto ou até superior — Tinga, por exemplo. Sonda, o investidor, quer Cléber Santana. A oportunidade é Cléber Santana. Cabe ao Inter dizer sim ou não.

Motivo 3: É relativa a tese de que, por ter 28 anos, Cléber Santana está condenado a não gerar nenhuma espécie de lucro mais adiante. Se fizer um bom segundo turno e for campeão com o Inter, pode perfeitamente ser repassado a outros mercados igualmente lucrativos, como Japão, Catar, Emirados Árabes ou mesmo a Europa. Só para ficar no exemplo de Tinga, que desempenha função parecida: quando deixou o Inter campeão da Libertadores rumo ao cobiçado Borussia Dortmund, tinha 28 anos.

Motivo 4: Não vale arriscar um investimento se for para tentar ganhar o Campeonato Brasileiro 30 anos depois do título invicto de 1979? No segundo turno começam as lesões musculares. O caso de Maxi López, no Grêmio, é um exemplo. A boa reposição pode definir o campeão.

Além do mais, o que é realmente importante: a lógica de comprar e revender, por si só, ou qualificar o grupo ao máximo em um ano em que não há um grande inimigo no horizonte?

Cléber Santana é bom jogador e vai melhorar muito o time. Com um investidor forte como Sonda, trazê-lo é negócio de ocasião.

Isso é o que deve importar em primeiro lugar para um time ambicioso e com estrutura, cujo sonho é ser campeão e voltar à Libertadores. Não é hora para a mediocridade.



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