Nelsinho Piquet ganhou uma sobrevida e vai disputar o GP da Hungria neste fim de semana, mas o clima entre ele e o chefe da equipe Renault, Flavio Briatore, aponta que a cisão parece muito próxima. Nesta sexta-feira, em Budapeste, o italiano conversou com os jornalistas brasileiros presentes ao circuito e foi claro: sua paciência está se esgotando.

— No início da temporada, eu nem falei com ele. Queria lhe dar liberdade para trabalhar, sem discutir ou colocar pressão. Então só lidei com os engenheiros, sem interferir. E a cada corrida eu ficava lendo as páginas do livro de desculpas. Já li muitas delas, agora o livro está para terminar — afirmou Briatore, que negou haver uma diferença abismal entre os equipamentos usados entre o brasileiro e seu companheiro de equipe Fernando Alonso.

— É coisa de dois, três décimos de segundo, e levamos isso em conta na hora de compará-los.

O brasileiro concordou que muitas vezes a diferença fica nesta casa, mas deixou claro o quanto isto é prejudicial numa F-1 cada vez mais competitiva.

— É uma diferença que pode parecer pequena, mas influi demais na hora de definir o grid e, ao longo da corrida toda, vira uma bola de neve. Por ele ser apenas um empresário, ele não entende porra nenhuma do que três décimos significam — atacou o piloto.

Briatore aponta que sua decepção com Nelsinho está na falta de evolução do piloto:

— Os resultados não são exatamente o que eu esperava. Claro que ele tem um companheiro muito rápido que é o Fernando, mas a temporada do Piquet está sendo difícil. Esperava mais, porque este é o seu segundo ano.

O brasileiro rebateu, dizendo que faltou apoio por parte do chefe. E admitiu estar confuso quanto ao trabalho de Briatore.

— Não existe conversa, apenas cobranças contratuais. Flavio assinou para ser meu empresário e está pisando em minha cabeça às vezes. Não sei qual é o objetivo dele: tentar me ajudar ou me atrapalhar — analisou.