Joinville contabilizou, desde a última sexta-feira, dez novos casos suspeitos de gripe A. Todos aguardam o resultado dos exames. Dois precisaram ser internados e recebem cuidados especiais no Hospital Regional. Segundo a gerente da Unidade de Vigilância em Saúde, Jeane Vieira, oito dos suspeitos têm faixa etária entre 18 e 25 anos.

Na cidade, há apenas dois casos confirmados da doença. Apesar do aumento de casos monitorados pela equipe da Vigilância, Jeane afasta a coincidência entre o número de pessoas que podem estar com a gripe A e o volume de turistas na cidade por conta do Festival de Dança.

— Nenhum desses casos que estamos monitorando tem relação com o evento. Tomamos providências para evitar isso — disse a gerente.

Nos hospitais, a procura por atendimento tem aumentado. A direção do Hospital Regional informou que o número de casos de gripe que chegam até a emergência triplicou nas últimas semanas. As pessoas apresentam, geralmente, os sintomas da gripe comum, mas ficam alarmadas com a possibilidade de estarem contaminadas pela Influenza A.

De acordo com a direção, todos os pacientes passam por uma triagem e, caso confirmados os sintomas (principalmente febre contínua acompanhada de tosse), são imediatamente encaminhadas a atendimento médico. Casos supeitos são comunicados à Vigilância Epidemiológica, que monitora os doentes.

Uma paciente que não quis se identificar entrou em contato com “A Notícia” para relatar que não passou por esse procedimento no Regional. Ela disse que foi ao local na sexta-feira, encaminhada por uma médica de um posto de saúde. Chegando lá, a mulher teria sido tratada com descaso e sequer passado por exames.

— Passei pela triagem, mas no exame o médico não encostou em mim. Só me deu uma máscara e me mandou voltar se os sintomas voltassem — lamentou.

Hoje ela se sente bem, mas não sabe se está ou não com a gripe A.

— Eles só poderiam me liberar se tivessem feito o exame ou, ao menos, me avaliado melhor.

No PA Norte, a procura por atendimento em decorrência da gripe também aumentou. Segundo a supervisora, Lourdes Fiamoncini, muitos pacientes estão confundindo os sintomas da gripe comum com os da gripe A.

— O médico vai avaliar o paciente e decidir se ele precisa de observação ou, em caso grave, de internação.

A situação no PA Sul é semelhante. Todos os suspeitos, independente de terem ou não viajado a áreas de risco, são acompanhados de perto.

No Festival, preocupação em orientar

O Festival de Dança deve receber pelo menos 5 mil bailarinos do Brasil e do exterior. Na Feira da Sapatilha, um dos lugares que mais recebe visitantes, a Secretaria da Saúde montou um estande com informações sobre a gripe A e outras doenças. A funcionária Ana Maria Shultz presta informações aos interessados. Os bailarinos também podem pedir fôlderes nos quais têm acesso aos sintomas da doença e orientações sobre formas de prevenção.

A procura não tem sido grande, mas há a preocupação em orientar a população sobre os riscos da doença. No alojamento da Escola Municipal Anita Garibaldi, a diretora da Rose Balé Escola de Dança, Miriam Lopes, de Divinópolis (MG), recebeu, na segunda, panfletos de prevenção à gripe A. Ela coordena um grupo de 45 bailarinos e chegou a temer o risco de contágio.

— Temos contato com muita gente em locais fechados. A orientação que nos deram é para que, em casos de suspeita, levar a pessoa ao ambulatório do festival — disse.

Apesar dos riscos, a ocupação na rede hoteleira segue dentro do previsto. Só há orientação para distribuir panfletos e colar cartazes. O cerco armado pela Vigilância no Festival parece ter dado resultado até aqui. O bailarino Marcos Marquesani, de Jaraguá do Sul, elogiou a preocupação dos organizadores.

— Participei de um workshop em que passaram informações sobre formas de evitar o contagio — disse.