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Esportes  | 21/07/2009 02h50min

Mário Fernandes viaja ao Egito para defender a Seleção, mas promete que volta

Em março deste ano, jogador sumiu por quatro dias e só voltou ao Olímpico em maio

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Talvez Mário Fernandes jamais se livre das brincadeiras a respeito de seu sumiço, ou dos apelidos de Mário Fujão e Doril, como é chamado no vestiário, mas, ao jogar (e bem) o Gre-Nal, ele provou que está preparado outra vez para a vida.

Após sumir por quatro dias, Mário reapareceu uma semana em casa e voltou em maio ao Olímpico. Agora, desde domingo, é titular do Grêmio. No episódio de março, o zagueiro só retornou a Porto Alegre porque a mãe, Marisa, veio junto. Não queria voltar para o seu apartamento, afinal, trazia más lembranças. Por isso, ficou com a mãe no Hotel Master, no Centro. Durante as baterias de exames neurológicos e psicológicos (exigidos pelo clube em seu retorno), Mário contou com o apoio permanente da assistente social das categorias de base do Grêmio, Denise Lunardini. Foi ela quem o levou até o dermatologista, a fim de realizar um tratamento para o rosto cheio de espinhas e, assim, aumentar a sua autoestima. A ajuda de Denise fez com que dona Marisa voltasse despreocupada a São Caetano do Sul. O filho estava em boas mãos.

Além da assistente social, a namorada, Stephania, 17, moradora do Jardim Planalto, e o novo amigo Róbson Lima, o Jiboia, também têm sido um elo entre Mário e Porto Alegre. Róbson, 23, trabalha com Jorge Machado. Foi goleiro dos juniores do Grêmio e, quando estava fazendo carreira em Portugal, descobriu que tinha arritmia cardíaca. Foi obrigado a abandonar a carreira, aos 21 anos. Ficou depressivo e contou com a ajuda de amigos para recomeçar.

– Sempre conversamos sobre esses problemas, conto as minhas experiências para ele. Ficamos amigos, e até acho que ele já gosta de Porto Alegre – disse Róbson.

Autuori perguntou a Mário se ele poderia jogar na lateral

Na sexta-feira, o guri foi questionado por Paulo Autuori se poderia jogar na lateral-direita. Ora, ele começou como centroavante, passou a pivô no futsal da Portuguesa de Desportos e virou zagueiro, aos 17 anos, no São Caetano. Portanto, na hora disse “sim”. Depois, ao ver Nilmar em campo, ele pensou “e agora? como é que eu vou segurar o homem?”. Mas o garoto acabou jogando como o ídolo Lúcio, dono de pernas tão longas quanto as suas, e o mesmo ímpeto para jogar-se ao ataque.

Após a comprovação da técnica de Mário Fernandes, a preocupação do Grêmio é acabar com as suas cãibras. Diante do Sport, resistiu apenas 45 minutos. No Gre-Nal, foi até os 39 do segundo tempo.

– Ele já melhorou bastante, mas ainda precisa aprimorar a resistência e suportar um jogo inteiro. Em mais algumas rodadas deveremos ter o Mário em 90 minutos – adverte o preparador físico Gilvan Santos.

Apesar da fama de trotamundo, Mário jamais saiu do país. Na adolescência, sequer ia ao Morumbi acompanhar o seu São Paulo. Sonha em conhecer Londres e jogar no Chelsea. Mas o primeiro passaporte está por sair. Em setembro, o zagueiro conhecerá o Egito, onde disputará o Mundial Sub-20 pela seleção.

– Oba, vou conhecer as múmias. Mas eu volto, não se preocupem, não fujo mais – garante um Mário bem-humorado.

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