| 21/07/2009 02h43min
Um pão de batata com cheddar e um café latte (expresso com leite) que, somados, valem R$ 8,80. Este foi o "prejuízo" que Souza deu para Rafael Prante, 31 anos, proprietário de café em um shopping da zona sul da Capital.
Após a vitória por 2 a 1 no Gre-Nal, o meia do Grêmio revelou a aposta realizada no meio da semana passada na realidade, uma tradição da dupla. Desde a primeira vez em que Souza frequentou o local, ainda em 2008, Prante, um gremista fanático, criou laços de amizade com o ídolo. Mostrou fotos, contou histórias do clube e passou a oferecer o salgado preferido de Souza (o pão de batata com queijo) a cada gol marcado. Tentou também com o Chocolatta puro, pedido frequente do mais ilustre cliente. Mas o jogador nunca aceitou nenhum, sempre
pagou as dívidas. Prante, insistente, fazia uma
ressalva.
— Se ele marcasse gol em Gre-Nal, poderia vir aqui no dia seguinte e quebrar tudo — contou.
Souza chegou ao shopping às 18h10min para cobrar a dívida. Vestia moletom branco, jeans e tênis verde. Antes, parou em uma loja de instrumentos musicais e comprou cordas novas para o violão. Está aprendendo a tocar. Entrou na loja onde o café fica localizado e logo ouviu agradecimentos de um funcionário pelo gol no clássico. Sentou sozinho em uma mesa para esperar Prante e garantiu:
— O pessoal está chegando. Não vou dar prejuízo sozinho. A família vem aí.
Por volta das 19h, os filhos Kevin e Julia, a mulher e um cunhado do jogador se juntaram a ele. Mas ninguém comeu com Souza. As mulheres foram passear. O sempre agitado Kevin estava abatido pela gripe e nem tocou na torrada. O cunhado apenas acompanhava, enquanto Souza chamava atenção dos clientes.
Quando Prante chegou, sorriu e cumpriu a promessa com
gosto. Para se ter ideia do fanatismo: o dono do café foi a todos
os jogos do Grêmio na Libertadores, inclusive no Exterior. Está sempre no Olímpico. Imagine a felicidade por voltar a vencer Gre-Nais após sete clássicos. Reforçou que Souza podia "quebrar tudo" e dar o maior prejuízo ao caixa.
Para cumprir a rígida dieta de atleta, Souza recusou a variedade de bolos, cheesecakes, empadas e salgados. Pediu o café latte e o seu tão querido pão de batata com queijo. Barato pela importância do gol.
— Esse é o famoso pão de batata. Tem dado sorte. Vou comer e ver se sigo marcando — disse Souza antes de dar a primeira mordida.
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