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 | 14/07/2009 05h10min

A crítica a Tite não pode virar ódio

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 








Escrevi ontem que se Tite (foto) insistir no modelo tático com três volantes, que dá claros indícios de esgotamento após dez jogos e só duas vitórias contra Náutico e Coritiba, vai trilhar no Inter o mesmo caminho de Celso Roth e seus três zagueiros no Grêmio.

Se uma equipe não consegue jogar bem e vencer após muito tempo, troca-se o treinador. Até por que é impossível mandar embora o time inteiro. É assim em qualquer lugar do mundo. O super poderoso Real Madrid vive mudando de técnico.

Não defendo a queda imediata de Tite, mas sei como funciona o futebol. A cada novo insucesso com o mesmo modelo tático, sem reação, o crédito do treinador vai se esvaindo.

Isso vale já para o jogo contra o Fluminense, amanhã. E o Gre-Nal de domingo. O torcedor está irritado. Machucado. Magoado. Decepcionado. Tocado pelo desencanto. Perdeu duas decisões, Copa do Brasil e Recopa, e no fim de semana viu escapar a liderança do Campeonato Brasileiro.

Movido pela paixão, a crítica vem sempre desmedida, exagerada. É o que percebo nas conversas do dia-a-dia e, especialmente, nos e-mails que recebo. Sem falar nas ferramentas da internet.

Há um exagero aí.

Tite está arriscado a trilhar o caminho de Celso Roth no sentido de ser demitido caso prossiga perdendo. Pode ser criticado? É claro que pode. Deve, inclusive. Elogios demais atrapalham. A contestação é saudável e imprescindível na democracia. Mas dentro dos limites da civilidade.

Nada justifica o ódio destilado em algumas manifestações contra Tite.

O que me surpreende nesta intolerância toda é a semelhança com a bronca dos gremistas em relação a Celso Roth. Só que não tem nada a ver. É água e vinho. Roth perdeu tudo em pouco mais de um ano no Olímpico, inclusive Gre-Nais. Teve o Brasileirão na mão, com 11 inacreditáveis pontos à frente do São Paulo. Fracassou e chegou dois pontos atrás. 

Tite, em período de tempo semelhante, ganhou uma Sul-Americana e um Gauchão. Foi derrotado em duas finais, Copa do Brasil e Recopa, mas ao menos as disputou. Roth, nem isso.

A única semelhança entre os dois caso foi a que mencionei ontem. Um insistiu nos três zagueiros e caiu. O outro, se insistir nos três volantes, corre o risco de ir pelo mesmo caminho. E paramos por aí.

Os gremistas tinham motivos de sobra para críticas contundentes, mas boa parte deles passou dos limites na campanha contra Celso Roth. Os colorados, é o que percebo nas conversas, nos e-mails enviados pelos leitores e mesmo em algumas iniciativas na internet, enveredam pela intolerância nas contestações a Tite. Não são todos. Mas também não são poucos.

Futebol é assunto sério, envolve paixão, rivalidade e muito dinheiro, sabemos todos disso. Mas ainda é só um jogo. Melhor serenar os ânimos.

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