| 24/06/2009 04h32min
Encastelado em uma fortaleza no bairro Enseada das Garças, zona de classe média alta de Belo Horizonte, está o grande obstáculo do Grêmio na Libertadores. Trata-se do temperamental Kléber, o maior nome do Cruzeiro de Adílson Batista, hoje um atacante sob controle de psicóloga. Vale tudo para domar sua explosão e fúria.
Contratado em fevereiro ao Dínamo Kiev, o atacante chegou à Toca da Raposa para ser destaque do time e chamariz de campanha de sócios que obteve 12 mil associados devido à boa campanha na Libertadores.
Logo na estreia, Kléber marcou dois gols e foi expulso, na vitória de 3 a 0 sobre o Estudiantes de La Plata. Era pouco tempo de casa. Mas a direção decidiu tomar atitude rápida.
Com a fama das confusões durante o Brasileirão de 2008, quando jogou pelo Palmeiras, Kléber passou a ser acompanhado pela psicóloga Adriane Gomes. Exigência do gerente executivo do clube, Eduardo Maluf. Temia que o reforço virasse dor de
cabeça.
Atacante já teve o jocoso apelido de Kléber
Cotovelo
Aos poucos, as conversas com Adriane deram resultado. Kléber concentrou-se mais em campo e jogou futebol em vez usar os recursos que lhe renderam o jocoso apelido de “Kléber Cotovelo”. É claro que a recente expulsão contra o Inter, ao provocar uma confusão com Lauro e Marcelo Cordeiro, entra por conta da piora antes da cura definitiva.
É o maior salário do futebol de Minas Gerais (ganha cerca de R$ 200 mil mensais), vive em um elegante condomínio no bairro Fazenda da Serra (local de casarões e novas mansões da cidade), e, na janela de agosto, poderá trocar o Cruzeiro pelo Liverpool.
– Muitas expulsões ocorreram porque eu vinha de um futebol duro como era no Dínamo Kiev – justifica o camisa 30 do Cruzeiro. – Mas há muito de perseguição dos árbitros. Por isso, no Palmeiras fiquei com imagem de rebelde.
Apesar do tratamento psicológico, o técnico Adílson Batista teme que seu melhor jogador entre nas provocações
gremistas.
– O Grêmio é um pouco parecido com o São
Paulo, aguerrido e muito competitivo. Se a gente conseguir igualar na vontade, poderemos ter um resultado muito bom. O importante é não levar gol – limita-se a responder o regenerado Kléber.
Jogador ganhou acompanhamento psicológico, mas ainda sofre recaídas de fúria: é a maior ameaça ao Grêmio no Mineirão
Foto:
Sebastião Moreira, EFE
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