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Geral  | 24/06/2009 04h20min

Gripe A: não há motivo para pânico

População não precisa se apavorar com a velocidade de expansão do vírus H1N1

Juliana Bublitz  |  juliana.bublitz@zerohora.com.br

As reações contra o avanço da gripe A no Estado, que incluem o decreto de situação de emergência em São Gabriel, na Campanha, e o fechamento de uma escola na Capital, surpreendem especialistas em saúde pública e autoridades da área no Rio Grande do Sul. Em função da baixa letalidade da doença, infectologistas consideram as medidas adotadas alarmistas e temem um colapso nas emergências dos hospitais credenciados a atender os casos suspeitos.

Para o seu filho ler

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Conceição, em Porto Alegre, Breno Riegel Santos, classifica o comportamento da população como “histeria coletiva”. No início, segundo ele, os alertas se justificavam, porque se sabia pouco sobre a enfermidade. Mas, passados dois meses, o médico destaca que os mais de 50 mil casos registrados no mundo resultaram em apenas 0,44% de mortes – índice inferior ao da gripe comum, que chega a 3%. Esses números, conforme Santos, são uma evidência de que não há motivos para pânico, mesmo com a moléstia batendo à porta dos gaúchos:

– É fundamental desfazer o estado de calamidade.

Além da baixa letalidade, o chefe da Unidade de Infectologia do Hospital de Clínicas, Luciano Goldani, argumenta que, até agora, os pacientes que morreram em função da gripe A no mundo eram em sua maioria pessoas já debilitadas por doenças crônicas e tinham imunidade limitada.

– Pessoas que têm uma vida saudável não precisam se preocupar. Podem até contrair a gripe, mas os sintomas serão leves – diz Goldani.

Além disso, segundo o infectologista da Santa Casa André Luiz Machado da Silva, até agora não foram registrados casos autóctones no Rio Grande do Sul. Para Silva, as ações preventivas adotadas pelo Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde estão funcionando:

– Não é o momento de se tomar medidas drásticas como essa de São Gabriel.

Em função do pânico disseminado entre os gaúchos, os hospitais de referência estão preocupados. No Hospital Conceição, o chefe do controle de infecção, Renato Cassol, afirma que a demanda aumentou 10 vezes e estima que metade dos pacientes não precisaria recorrer ao atendimento.

Essa corrida aos hospitais, para o diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, deve-se à falta de informação. Paz também questiona iniciativas como a da prefeitura de São Gabriel, que foi criticada ontem pelo ministro José Gomes Temporão, e a do Colégio Farroupilha, que interrompeu as aulas após confirmar a contaminação de um dos 2.150 alunos.

– Eu não teria medo de mandar meu filho a essa escola. Há uma sensação de perigo que não corresponde à realidade – avalia Paz.

RAZÕES PARA SE TRANQUILIZAR

> Baixo índice de mortalidade em decorrência de complicações da doença

> Quem morreu já estava com a saúde debilitada

> Ainda hão há casos de contágio dentro do Rio Grande do Sul


Veja como a doença pode entrar no RS

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