| 22/06/2009 03h24min
A confirmação de quatro novos casos de gripe A no Estado, ontem, reforça a ameaça representada pela Argentina como fonte de propagação do vírus para o Brasil.
Dos sete gaúchos atingidos pela doença, quatro a contraíram em viagens ao país vizinho – onde atinge mais de mil pessoas e responde por pelo menos sete mortes. A proximidade geográfica e a gravidade da infecção justamente no início do período de frio deixam o Estado em uma situação “difícil” para bloquear o avanço da epidemia, conforme avaliação da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Veja como a doença pode entrar no RS
Dos primeiros três gaúchos a se contaminar, dois entraram em contato com o vírus na Argentina. Os casos acrescentados à lista oficial ontem incluem duas vítimas que chegaram daquele país ao longo da semana, além de uma proveniente do Paraguai e
outra da Alemanha. Segundo o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra, uma
adolescente de 14 anos de São Gabriel estava internada no Hospital Universitário de Santa Maria e três adultos, sob monitoramento em suas casas – dois na Capital e um em Viamão.
A adolescente foi internada por apresentar sintomas um pouco mais severos, mas se encontrava fora de perigo. Os demais manifestaram uma forma leve da doença, o que não exigiu a permanência em um hospital. Com a atualização estatística, Porto Alegre já conta quatro vítimas. Os números podem aumentar. A velocidade com que a gripe se alastra no sul do continente deixa os gaúchos
vulneráveis.
– Com a situação na Argentina e no Chile, vai
ser difícil evitar a epidemia aqui – admite o secretário da Saúde.
Os argentinos somavam, até ontem, 1.118 vítimas e ocupavam a sétima posição no ranking mundial da pandemia. Na lista de mortes, encontravam-se no quarto lugar – atrás apenas de México, Estados Unidos e Canadá. Acredita-se que a nova gripe tenha encontrado caminho para a Argentina pelos Andes, já que o Chile foi o primeiro país da América do Sul a apresentar números epidêmicos.
Para o secretário, a situação dos gaúchos diante da epidemia iminente é amenizada pelo fato de o vírus ter um grau de letalidade modesto mesmo em comparação a uma gripe comum. No final de semana, haviam sido notificados extraoficialmente 51.095 casos e 230 mortes em todo o mundo, o que resulta em uma taxa de 0,45%.
– O que nos conforta é saber que não tem nada demais em relação a outras gripes – avalia Terra.
O governo estadual anunciou que enviará equipes para reforçar a fiscalização feito
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) em portos, aeroportos e aduanas. O Piratini pretende montar “observatórios” nas cidades argentinas de Corrientes e Posadas, capitais das províncias de Corrientes e Misiones, respectivamente. Nesses locais, representantes da SES deverão coletar informações sobre a situação de doenças infecciosas em geral, mas especialmente da gripe A.
Nas próximas semanas, a governadora Yeda Crusius deverá se reunir com os colegas de Corrientes e Misiones para definir a parceria. No futuro, observatórios semelhantes poderão ser instalados também no Uruguai.
Colaborou Maicon Bock
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