| 21/05/2009 16h27min
A família da doméstica Elizabete da Silva Moraes, 46 anos, foi praticamente extinguida nas proximidades do km 104 da BR-290, em Porto Alegre. Ela perdeu o marido, o filho de nove anos, a sogra, o irmão e um sobrinho quando um caminhão atingiu e matou os cinco. Quase seis anos depois da tragédia, os moradores da Ilha das Flores, bairro que margeia o trecho da rodovia, seguem correndo diariamente os mesmos riscos dos familiares de Elizabete.
Rodeado por comunidades com grande concentração populacional, o trecho da rodovia, que é pedagiado pela Concepa e começa logo após o término da terceira ponte de acesso à Guaíba, atrai a presença de pedestres a todo o instante. Como não há passarela ou sinaleira no local, os moradores precisam contar com a sorte.
— Não temos outra alternativa. Para sairmos de casa e irmos a qualquer lugar um
pouco mais longe, temos de atravessar a
faixa. A todo o momento sabemos de outros atropelamentos. Além da minha família, muitas pessoas já morreram ali — conta Elizabete.
Escolas, posto de saúde e supermercados localizados na Ilha das Flores, à direita de quem se desloca de Guaíba à Porto Alegre, atraem moradores do bairro que moram em residência localizadas do outro lado da rodovia.
Segundo a cozinheira Laci Vigel, 31 anos, que perdeu o cunhado atropelado na via em abril, os perigos aumentam ainda mais quando a noite chega.
— É muito perigoso. Os carros passam em alta velocidade e temos de esperar uma brecha para atravessar. De noite, não dá pra enxergar nada. Foi assim com o meu cunhado, que morreu às 22h — conta.
Os constantes acidentes no local motivaram os moradores a reivindicar a construção de uma passarela. Mesmo pedagiado pela Concepa, o trecho até o momento ainda não recebeu melhorias para facilitar o trânsito dos pedestres.
De acordo com a assessoria de imprensa da
concessionária, o plano de exploração da rodovia prevê a construção de uma passarela no local. O processo já foi aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ainda está em fase de orçamento. Após o levantamento do custo da obra, serão iniciadas as atividades licitatórias. Ainda não há previsão para o início dos trabalhos.
Confira em vídeo as dificuldades de atravessar a rodovia:
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