Depois do novo treinador, os reforços. O Grêmio pretende oferecer pelo menos dois jogadores para tornar menos difícil a missão de Paulo Autuori na Libertadores. Sem recursos financeiros, a direção parte em busca de parceiros interessados em bancar as contratações. Um zagueiro e um meia canhoto são as necessidades mais urgentes.

Por enquanto, a direção evita falar em nomes. Prefere aguardar que o técnico Paulo Autuori avalie o grupo, o que deverá ocorrer até sexta-feira, e aponte eventuais carências. A preferência por um jogador que atue pelo lado esquerdo do meio-de-campo ficou evidenciada a partir do interesse por Renato, do Al-Shabab, dos Emirados Árabes, e Marlos, do Coritiba. O primeiro já foi descartado. Marlos também está nos planos do São Paulo. Também o clube não descartou uma nova chance para Douglas Costa, que subiu em 2008 e ainda não se firmou como titular.

A zaga é outro setor que preocupa. Internamente, há o consenso de que o Grêmio necessita de pelo menos um zagueiro mais experiente do que os atuais. A expressão “voz de comando na zaga” é utilizada com frequência nos bastidores para ressaltar a necessidade de um reforço. Um dos cogitados é Fabiano Eller, ex-Inter, hoje no Santos. Só que ele é considerado um jogador caro para as pretensões do clube.

A escassez de recursos é admitida sem rodeios pelo presidente Duda Kroeff.

– Não temos dinheiro sobrando, pelo contrário – diz o dirigente.

A solução, segundo ele, é buscar parceiros ou investidores dispostos a bancar as contratações. Em troca, eles obteriam o direito a um percentual ou até mesmo à totalidade dos direitos em caso de revenda. Foi dessa forma, lembra Duda, que o Grêmio contratou recentemente o zagueiro Mário Fernandes. A contratação, fechada em R$ 1 milhão junto ao São Caetano, foi possibilitada pelo empresário Jorge Machado, em associação com um grupo de investidores norte-americanos. Depois de apresentar problemas psicológicos e retornar à casa dos familiares, em São Caetano do Sul, Mário foi integrado ao grupo de juniores do Grêmio.

Kroeff só faz restrições a parcerias semelhantes à do Palmeiras e Traffic, empresa de marketing esportivo. Segundo ele, ao transferir o comando do departamento de futebol ao parceiro, “o clube perde a identidade”.