| 13/05/2009 03h21min
O carioca Andrezinho, ex-Flamengo, ainda se emociona quando lembra do barulho da arquibancada do Maracanã ouvido do túnel do vestiário, minutos antes de pisar no gramado. Em 12 anos de convivência na Gávea, ele aprendeu com Zagallo como usar a torcida a favor e manter a concentração. É o que o Inter precisa hoje para evitar intimidação.
– Se você jogar conforme a torcida, erra e se precipita. A pressão pode ser contra eles também. É preciso segurar o Flamengo nos primeiros 25 minutos – ensina Andrezinho.
Os sons do Maracanã são um termômetro. Transforma um time ruim ou mediano em competitivo. Quem reage em campo ganha fama de “pipoqueiro”.
– Isso aí a gente não tolera. O cara tem de, pelo menos, correr, dar carrinho, suar – explica Marcelo Gonçalves, da Urubuzada, uma das organizadas do clube, cuja torcida é estimada em 35 milhões de pessoas.
Barcela Bicalho dos Santos estava grávida de sete meses quando teve uma microrruptura na
placenta de tanto pular. Carlos Alvarenga dos
Santos, o marido e também integrante da Urubuzada, despachou a mulher para o hospital e permaneceu no estádio até o final. O filho nasceu dias depois e fará cinco anos em julho. Ela, torcedora fanática e integrante da torcida Raça, nem ficou braba. Ficou contrariada apenas por perder o resto do jogo. Para ir ao Maracanã já inventou até falecimento de parentes.
– Sou professora há 10 anos e dei desculpas um monte de vezes – garante.
Mas há ceticismo com relação à mística do Maracanã. O volante Magrão, por exemplo, pouco se importa com a pressão. No calor do jogo, não importa se o estádio é o Maracanã ou a Bombonera. Com cabeça quente, nem dá para ouvir a torcida.
Andrezinho aparece na foto de regata amarela (D). O jogador não sabe com exatidão a idade que tinha
Foto:
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