| 06/05/2009 17h36min
A diversificação de atividades é a principal alternativa para o produtor que quer deixar de plantar fumo. Doenças como o câncer e a dificuldade para responsabilizar as indústrias quanto às consequências da atividade são problemas sérios que os fumicultores enfrentam. Estes e outros assuntos continuaram em debate no encontro sobre diversificação ao cultivo do fumo, ocorrido no Seminário Diversificação na Agricultura Familiar, que terminou nesta quarta, dia 6, em Curitiba (PR).
A partir de 2014, o consumo de tabaco deve cair bastante no mundo. Mais de 160 países, incluindo o Brasil, aderiram ao acordo proposto pela Organização Mundial de Saúde com esse objetivo. A China, grande consumidor não só de alimentos, mas também de cigarros, deve representar um grande desequilíbrio no mercado.
Como o Brasil é o segundo produtor mundial de tabaco, principalmente em pequenas propriedades, muitos fumicultores devem ser descartados pela indústria, que, provavelmente, vai reduzir a compra de matéria prima.
O medo de perder renda e a fragilidade da estrutura de comercialização de outras culturas voltadas para pequenas áreas dificultam a decisão do produtor de mudar de atividade. Uma experiência otimista no Paraná, de consórcio do fumo com plantio de árvores, reforça que a transição gradativa tende a ser mais bem aceita do que o abandono radical do fumo para outra lavoura.
O encontro também alertou para o perigo de doenças provocadas pelo contato com as folhas de fumo. A produtora Oudi Helena Jantsch viu o pai e a mãe, fumicultores, morrerem de câncer. Há alguns anos, ela mudou de atividade e diz que vive bem.
Problemas legais também envolvem o cultivo de fumo. De 2007 até agora foram abertos pelo menos 18 processos contra as indústrias fumageiras, na tentativa de indenizar produtores doentes. A última estratégia dos fabricantes é tentar mudar o local do julgamento das ações, para enfraquecer possíveis penalidades.
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