O Inter deflagrou investigação médica para descobrir os motivos que levam Walter a ganhar peso com a mesma velocidade com a qual faz gols. Na quinta-feira, o atacante submeteu-se a bateria de exames no Hospital Mãe de Deus.

Os médicos temem que os problemas com a balança não se originem apenas pela queda por cachorro-quente e cheeseburgers. Há receio de problemas gástricos, tireoide e até prisão de ventre.

Os resultados dos exames devem sair no início da semana. O alarme soou no Beira-Rio depois que Walter ganhou quatro quilos, entre as pesagens feitas no dia 23, uma quinta-feira, e o dia 27, uma segunda-feira. Pulou de 87,3 quilos (330 gramas acima do ideal) para 91,2 quilos.

Um dos motivos para os problemas em manter o peso seria a solidão. Ele mora sozinho em um apartamento próximo ao Beira-Rio e devora lanches para combater a ansiedade. Walter pretende trazer a mãe do Recife para fazer companhia por alguns meses e ajudar a cumprir o cardápio ministrado pelas nutricionistas.

Dona Edith só não se muda em definitivo para Porto Alegre porque recém ganhou do filho um apartamento novo em Recife. A vigilância da mãe evitará excessos. À noite, faz visitas ao Ricardog, carrocinha de cachorro-quente popular entre jogadores no Menino Deus.

No início da semana passada, para completar, Walter foi derrubado por bloqueio intestinal. Depois de ser cortado da viagem ao Recife por estar acima do peso, Walter contou ao preparador físico Flávio Soares, o Galo, e ao fisiologista Luiz Crescente que havia três dias não conseguia evacuar. Admitiu também que havia participado de churrasco com amigos no sábado anterior.

Crescente, estudioso da fisiologia dos atletas, explica a diferença entre ganho de peso e aumento de gordura.

– Quando alguém come dois cachorros-quentes e toma dois litros de Coca Cola, ingeriu três quilos. Não quer dizer que engordou, mas está com esse peso a mais dentro do corpo – diz, de forma genérica.