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 | 14/04/2009 20h29min

Estiagem provoca perdas nas lavouras gaúchas

Cidades do norte e da fronteira com a Argentina estão em situação de emergência

Atualizada às 21h08min Silvana de Castro, Santo Ângelo  |  silvana.castro@zerohora.com.br

A estiagem que assolou parte do Rio Grande do Sul em novembro e dezembro não terminou ainda para municípios do norte e da fronteira com a Argentina. Das 116 cidades que decretaram situação de emergência em razão da falta de chuva a partir de dezembro, pelo menos 10 já prorrogaram o decreto, conforme e Defesa Civil.

É o caso de Três Passos, no noroeste do Estado. Os decretos podem ter validade de 30, 60 ou 90 dias.

— Perdemos com a soja, o milho, o leite. O pior de tudo é o desabastecimento das famílias do interior e dos animais— conta o prefeito em exercício Elso Paulo Severnini (PP).

O município está concentrado em ampliar a rede de água para comunidades que enfrentam dificuldades. Foram adquiridos 20 mil metros de canos. Já foi cogitada a decretação de estado de calamidade pública. No primeiro trimestre do ano, o município enviou para o interior três milhões de litros de água.

Roque Gonzales, nas Missões, embora ainda não conste no sistema da Defesa Civil, prorrogou a emergência. Em novembro, o município já sofria com a seca. Desde então, a situação piorou. Toda a produção agrícola teve perdas. As lavouras de soja possuem quebra de 72%. As de milho, da safrinha, 90%. Para piorar, falta água para moradores do interior e animais.

— Recebemos de 10 a 15 pedidos de produtores por dia para limpeza de bebedouros, para a prefeitura puxar água para os bichos. A situação está caótica — diz o técnico em agropecuária da Secretaria da Agricultura do município, Emir Schwarzer.

Na vizinha Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, o principal produto agrícola, a cana-de-açúcar, sofreu quebra superior a 50%, conforme o prefeito Vilmar Kaiser. Ele tem um levantamento que aponta que em 2008 choveu 800 milímetros a menos que em 2007.

E neste ano, a situação não é diferente. Em março e abril, até ontem, foram registrados apenas 21 milímetros. Falta água para moradores de cinco comunidades do interior e animais. Embora esteja nas margens do Rio Uruguai, o município não consegue captar água do rio, devido à barranca, que dificulta o acesso de veículos.

— Os agricultores chegam aqui e dizem 'me socorre, meus animais estão passando sede' — comenta Kaiser, que deverá renovar o decreto de emergência.

Incêndios

Na região noroeste, a falta de chuva favorece também os incêndios nas lavouras de soja. O caminhão dos bombeiros se tornou presença constante nas propriedades. Em média são quatro ocorrências por dia. Nesta terça, incêndios atingiram fazendas em Cruz Alta e Coxilha. Com informações da RBS TV.

 
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