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 | 05/03/2009 12h21min

Escuderias da F-1 farão corte de 50% nos gastos para 2010

Medidas incluem limitação aos preços dos motores e padronização de alguns equipamentos

A Associação de Escuderias da Fórmula-1 (Fota, em inglês), anunciou nesta quinta uma série de medidas para combater a crise financeira na principal categoria do automobilismo, entre elas um corte geral de 50% nos gastos para a próxima temporada. A redução afetará aspectos importantes como a despesa com motores, que deve cair pela metade já este ano e mais 37,5% em 2010.

Está prevista uma economia de 60% nas caixas de câmbio para 2010, enquanto os testes terão queda de custos de 50% este ano e outros 30% no próximo. O preço de chassi já caiu e sofrerá redução extra de 30% na próxima temporada. O desenvolvimento de aerodinâmica, que mais problemas traz aos orçamentos, terá uma redução de despesa em 20% e 50% neste e no próximo ano, e a nova tecnologia do Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers, em inglês) sofrerá corte de 80% no orçamento em 2010.

Entre as medidas propostas para 2010, destacam-se a obrigatoriedade às equipes de disponibilizarem motores ao preço de 5 milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões) e sistemas de câmbio a 1,5 milhão de euros (R$ 4,5 milhões) por temporada. Assim, escuderias como Ferrari, McLaren e Renault ajudarão na sobrevivência de times menores, que comprarão os motores prontos em vez de gastarem com desenvolvimento. Outras medidas, também para 2010, são a padronização do Kers (sistema de armazenamento de energia cinética), dos sistemas de rádio e telemetria. O desenvolvimento aerodinâmico também será limitado, bem como a utilização de materiais exóticos e de determinadas ligas de metal. O número de chassis e carenagem utilizados durante a temporada é outro ponto a ser discutido, e deve sofrer limitações.

Para a temporada que começa no dia 29 de março, na Austrália, uma série de mudanças já está programada — os testes foram limitados, bem como a utilização de túneis de vento. O número de motores utilizados também caiu, para oito por carro durante todo o Mundial.

Presidente da Fota e da Ferrari, o italiano Luca di Montezemolo disse na cidade suíça de Genebra que a medida é um "esforço fantástico" e permitirá a chegada de novas escuderias à F-1. Segundo o presidente da Fota, as equipes que formam o comitê executivo da entidade fizeram "um enorme esforço para dar prioridade à redução de custos", e ressaltou que isto não teria sido possível sem a criação da associação, em julho. Di Montezemolo disse que as mudanças a serem aplicadas já nesta temporada serão feitas "mantendo e ampliando as características da Fórmula-1". Segundo a Fota, uma pesquisa realizada recentemente apontou um aumento da audiência da categoria e que esse público rejuvenesceu, chegou a países como China, Índia e Rússia, e atrai mais interesse entre as mulheres.

O documento com as propostas da Fota foi assinado por representantes das 10 equipes do Mundial, e será avaliado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) nos próximos dias.

EFE E AE
 
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