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 | 06/02/2009 02h03min

Na saída, técnico do Peixe dispara: Ou a gente contrata ou a gente come

Marcelo Cabo disse que tem jogador no time com salário de R$ 600

Marcelo Becker  |  marcelo.becker@diario.com.br

A derrota de 2 a 0 para o Marcílio Dias na última rodada foi a gota d'água para o técnico Marcelo Cabo pedir demissão do Atlético-Tu. Na tarde desta quinta, dia 5, ele convocou a imprensa para uma entrevista coletiva e disse que decidiu ir embora devido a total falta de estrutura do clube.

Cabo disse ser inaceitável que uma equipe da Primeira Divisão do Campeonato Catarinense não tenha material adequado para treinamento, campo em péssimas condições para os trabalhos táticos e principalmente instalações inadequadas para moradia dos atletas.

– Fico com vergonha quando uma equipe de TV filma nossos treinamentos, pois os uniformes são de cores diferentes e o gramado é péssimo. Fizemos um bom planejamento no início do ano, mas não tivemos um mínimo de estrutura para realizar o trabalho esperado – lamenta.

A alimentação do grupo de jogadores foi outro ponto negativo ressaltado na entrevista coletiva. Na pré-temporada, vários atletas passaram mal e, segundo Marcelo Cabo, por falta suplementos alimentares.

– Fui numa farmácia e tirei dinheiro do meu bolso para comprar esse produto. Um time de futebol da Primeira Divisão não pode passar o mês comendo arroz, feijão e macarrão – conta o técnico.

Sem dinheiro, o Atlético-Tu não conseguiu atender aos pedidos de reforços solicitados por Cabo para reverter a campanha ruim na competição.

– Ou a gente contrata ou a gente come. Muita gente pode até não acreditar, mas tem jogador aqui que ganha R$ 600 – resume.

Sentado ao lado do treinador, o diretor de futebol Roberto Rodrigues não teve muitas palavras para explicar a situação enfrentada pelo clube. Disse que vai esperar o retorno da viagem a Chapecó, onde a equipe enfrenta a Chapecoense domingo, para encontrar uma solução emergencial.

– Vamos aguardar mais alguns dias até que a diretoria pague os salários de janeiro. Também não sei até onde conseguirei contornar essa situação – disse Robertinho.

 
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