| 27/01/2009 12h18min
O subsecretário italiano das Relações Exteriores, Alfredo Mantica, afirmou que é preciso levar em consideração a hipótese de anular o amistoso entre Itália e Brasil, em razão da tensão entre os dois países causada pela decisão brasileira de conceder refúgio político a Cesare Battisti.
– Acredito que precisamos levar seriamente em consideração a hipótese de anular o amistoso da Itália com a Seleção Brasileira. Com a situação atual entre Brasil e Itália, corre-se o risco de transformar um espetáculo esportivo em uma discussão política – disse Mantica.
A partida está programada para 10 de fevereiro, em Londres, e Dunga, técnico da Seleção Brasileira, já anunciou a lista de convocados. A possibilidade de anulação da partida já havia sido considerada no último sábado pelo dirigente regional do partido italiano Aliança Nacional (AN) Carlo Fidanza, que pediu o boicote ao jogo à Federação Italiana de Futebol (FIGC), enquanto participava de uma manifestação realizada em Milão em repúdio à decisão do governo brasileiro.
Para Mantica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua colocando em discussão a democracia e o sistema jurídico italiano.
– Acreditamos que Battisti é um terrorista comum que não necessita do status de refugiado – afirmou o subsecretário, apoiando também a decisão do chanceler italiano, Franco Frattini, de chamar o embaixador do país no Brasil, Michele Valensise, para consultas.
A decisão de conceder refúgio político a Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios e solicitado por esse país, foi tomada pelo ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, no último dia 13. Nesta segunda, o procurador Antonio Fernando de Souza recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do pedido de extradição.
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