| 23/01/2009 20h06min
O responsável em Gaza da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), John Ging, pediu a abertura imediata dos postos fronteiriços israelenses com a Faixa de Gaza para que os habitantes do território palestino recuperem uma "existência digna".
Em conferência via satélite em Gaza, Ging advertiu de que não é possível falar em reparar a destruição causada pela recente ofensiva militar israelense contra o movimento radical islâmico Hamas se os caminhões com os materiais necessários entram a conta-gotas no território.
— É hora de deixar de lado as considerações políticas e antepor as necessidades da população civil — afirmou o diplomata irlandês.
Ging considerou que as limitadas aberturas de alguns passos são insuficientes porque sequer servem para cobrir as necessidades humanitárias dos 1,5 milhão de habitantes de Gaza.
— Temos que nos centrar na abertura dos passos, e não somente para facilitar as atuações humanitárias ou
a reconstrução, mas também para que a população
recupere uma existência digna — ressaltou.
As três semanas de bombardeio israelense terminaram por reduzir em escombros boa parte da infraestrutura e do tecido empresarial do território, que já agonizava devido ao bloqueio imposto por Israel após o Hamas tomar o controle de Gaza em junho de 2007.
Ging destacou que Gaza precisa de um tráfego diário de mil caminhões pelos postos fronteiriços para poder retornar a uma certa normalidade econômica.
O responsável da UNRWA advertiu de que há o risco de favorecer os "extremistas" se não for proporcionada uma perspectiva de futuro aos habitantes de Gaza.
— Sentem-se reforçados e desafiadores com o que aconteceu aqui, porque gerou um alto nível de dor e de frustração — acrescentou.
Ging não quis dar um número sobre o valor do dano causado pelos combates entre Hamas e o exército israelense, e assegurou que a ONU deve terminar sua avaliação sobre esta questão nos
próximos dias.
Confira a linha do tempo do conflito
na Faixa de Gaza e vídeos com análises:
Após semanas de reclusão, ruas de Gaza ficaram cheias de civis que puderam sair para avaliar prejuízos. Veja mais fotos.
Foto:
EFE
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